Veículos pesados danificam rota de desvio de pedágio em Andirá

Cerca de seis mil carros de passeio e caminhões trafegam diariamente pelo trecho da PR-092 entre Andirá e Santo Antônio da Platina; obras de recuperação não duram seis meses

 

Andirá – O trecho de 52 quilômetros da PR-092 entre Andirá - divisa com Palmital (SP) - e Santo Antônio da Platina, se consolidou como rota de desvio de pedágio. Para escapar da cobrança de até R$ 69 (seis eixos) na praça da Concessionária Econorte, na BR-153, em Jacarezinho, os caminhoneiros se arriscam e colocam outros em perigo na estrada que não foi projetada para receber tamanho tráfego. Por dia, cerca de 6 mil veículos passam pelo trecho, sendo que 70% são pesados. 

O problema foi levantado há um ano pela FOLHA, mas neste período nenhuma providência foi tomada. Os investimentos em recuperação do asfalto são constantes, mas a pavimentação não suporta o alto tráfego de caminhões pesados. Buracos, sulcos e outras deformidades surgem poucos dias depois das obras serem concluídas. Dinheiro público que se esvai pelo ralo. O superintendente da Regional Norte do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), José Ferreira Heidegger, comparou a rodovia com a cozinha de casa. "Ali não adianta, lava no almoço, suja na janta", lamentou. 

A construção de um posto de fiscalização com uma balança, que poderia amenizar o problema, sequer é cogitada. Segundo autoridades da região, havia o plano da instalação de uma balança, mas a intenção parou na falta de verba para desapropriar parte de uma propriedade rural na região de Porto Leopoldino, na divisa. Heidegger não confirmou a informação, mas admitiu falta de recursos. "Além da construção, uma balança fixa exige uma equipe de seis pessoas, mais o apoio da Polícia Rodoviária Estadual", detalhou. 

No epicentro do problema, os moradores de Barra do Jacaré, dependem da PR-092 para quase tudo. O município de 2,8 mil habitantes, 18º menos populoso do Estado, tem estrutura modesta. As pessoas buscam nas cidades vizinhas atendimento médico, bancário, comércio especializado. As viagens são sempre motivo de preocupação. 

O prefeito da cidade e presidente da Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi), Edimar Alboneti (PP) disse estar em contato com o DER para cobrar melhorias. "Eles estão sempre trabalhando na recuperação, mas só isso não adianta, precisa uma alternativa para solucionar o problema", defendeu. 

Radar móvel
O comandante do Posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) em Andirá, subtenente Antônio do Carmo Junior, informou que orientou as equipes a intensificar as operações com radares móveis nos pontos críticos das rodovias. Segundo ele, a medida surtiu efeito. "São muitas curvas fechadas e se o caminhoneiro trafegar em velocidade pouco acima do permitido, não consegue contorná-las. Antes tínhamos muitos caminhões tombados, hoje conseguimos reduzir estes acidentes", afirmou. 

Carmo confirma que o excesso de peso dos caminhões é o principal problema, pois danifica a pista, que fica mais suscetível à acidentes. Heidegger informou que mantém pessoal do DER no trecho que faz a aferição por notas fiscais, mas de acordo com moradores, as operações não são frequentes.