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Postado dia 28/01/2015 às 16:00:41

Pedágio caro faz caminhoneiros recusar frete pelo Paraná

Pedágio exorbitante faz caminhoneiros recusarem frete por rodovias do Paraná

Em dezembro do ano passado, o governo do Paraná impôs um aumento médio de 4,88% nas tarifas de pedágio em rodovias aue cortam o Estado. A tabela de preços vale para todos os trechos administrados pelas concessionárias Econorte, Viapar, Ecocataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia.


Nesse cenário, quem mais sentiu o impacto do reajuste foram os caminhoneiros, que já têm buscando alternativas para driblar os tributos. “O Paraná passou a ser um vilão para os caminhoneiros. Quem é autônomo já está evitando pegar carga que passe por aqui, pois acaba não compensando. Se tem um caminhão com mais de dois eixos é preciso pensar duas vezes em pegar uma rota que passe pelo estado”, comenta o caminhoneiro Rogério Perosa.


Por morar no Paraná e conhecer profundamente as rotas, o caminhoneiro Dionatan Giovanni recorre a caminhos não pedagiados. “Geralmente antes de sair com a mercadoria já analiso bem onde será possível buscar um atalho para evitar as cabines. Acabo pegando estrada de chão, em péssimas condições, mas é o preço. É claro que a longo prazo isso vai ser um grande prejuízo por conta do desgaste do caminhão, mas é a alternativa que tenho agora”, relata.


Apesar do alto preço das vias pedagiadas, os caminhoneiros garantem que a qualidade não vale o que se paga. “Ainda se fosse uma estrada boa, mas está longe disso. Há lugares que temos que desviar de um buraco para sair de outro. Além disso, nem é toda duplicada. Vale a pena? Isso é um assalto sem arma”, diz o profissional Claudio de Carvalho.


Para ter uma ideia do rombo aos caminhoneiros, um veículo de nove eixos precisa desembolsar a bagatela de R$ 126,90 em São José dos Pinhais, o pedágio mais caro do território paranaense. A comparação com o estado vizinho de Santa Catarina, onde o eixo é cobrado R$ 1,80, acaba sendo impossível. “Não dá para entender para onde vai tanto dinheiro, o motivo dessa diferença toda”, indigna-se o caminhoneiro Adalto Ribeiro.


O presidente do Sinttrotol (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Toledo), Luiz Adão Turmina, admite que já há casos de caminhoneiros evitando pegar cargas que passem pelo estado. “Isso realmente existe. É algo que já identificamos em conversas com os profissionais. Por conta do valor alto do pedágio, principalmente para o motorista autônomo, a atividade acaba não sendo lucrativa. O reajuste já está impondo um sério problema à classe”, garante. Justamente por isso o sindicato terá uma reunião amanhã com o senador Alvaro Dias para vislumbrar alguma estratégia para solucionar o impasse. “O motorista que carregar o caminhão saindo de Foz do Iguaçu até Paranaguá vai ter que passar por 10 caros pedágios. Isso acaba pesando muito no bolso. Se nada for feito a respeito, a possibilidade de uma paralisação da classe não está descartada. Precisamos nos unir, nos manifestar”. O pedágio de Foz até Paranaguá - ida e volta- custa o mínimo de R$ 440 para caminhão de dois eixos até R$ 1.980 para um de nove eixos.


Competitividade ameaçada


O assessor executivo do Sintropar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná), Antônio Carlos Ruyz, enfatiza que em função do alto valor do pedágio quem perde é o Paraná, que passa a ser menos competitivo em relação a outros estados. “Quando o transportador vai pegar uma carga analisa todo o custo da viagem, desde o pedágio até a próxima carga que precisará pegar para voltar. Se o pedágio for à parte, o motorista pode ter um prejuízo, então é inegável que a questão do tributo afeta toda a cadeia. Isso desde o agricultor que receberá um insumo mais caro ou quando for encaminhar o produto para o Porto de Paranaguá. O impacto é tão grande que afeta toda a competitividade: do transportador, do agricultor e da indústria”, avalia.

 


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