Política

Postado dia 23/03/2015 às 20:19:21

Gaeco recebe novas denúncias de corrupção na Receita Estadual

Empresários estão procurando o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), para denunciar supostas irregularidades na Receita Estadual em Londrina, no norte do Paraná. Segundo o promotor Cláudio Esteves, os comerciantes relataram que foram cooptados por pessoas ligadas ao órgão estadual para pagamento de propina.

“Recomendamos que essas pessoas [empresários] façam as denúncias o quanto antes, porque estamos em busca de provas. Estão surgindo elementos consistentes com relação a outros empresários que foram achacados ou pagavam propina. Há a necessidade da cooperação desses indivíduos, pois esse sistema precisa ser, de uma vez por todas, finalizado em Londrina”, diz Esteves.

Ainda conforme o promotor, os empresários que decidiram colaborar com a Justiça contam que foram procurados pelos suspeitos para pagarem propina. Caso não fizessem, estes comerciantes eram ameaçados.

“Temos alguns relatos nesse sentido, de que se não cooperassem com o sistema pagando propina, poderiam ter sim sua empresa perseguida e até fechadas. Nós temos relatos de empresários detalhando isso. Vamos averiguar se isso é verdade ou não”, conta o promotor.

Propina oferecida para agente do Gaeco

O promotor relata ainda que uma pessoa ofereceu R$ 3,5 mil de propina para um agente que atua no Gaeco. Conforme Tavares, esse valor foi ofertado para tentar obter informações antecipadas sobre novas investigações do suposto esquema de corrupção na Receita Estadual.

O agente fez a denúncia, e o caso foi monitorado. O promotor não revelou o nome de quem ofereceu a propina.

“De fato houve a oferta e a efetiva entrega de determinados valores a agentes que estão lotados ao Gaeco, mas que não foram efetivamente cooptados pelos integrantes desse grupo. Houve sim a tentativa de fazê-lo, mas a repulsa foi imediata. Isso foi um dos elementos mais consistentes utilizados por nós no pedido de prisão preventiva”, explica Tavares.

A operação

A Operação Publicano, realizada pelo Gaeco, visa um suposto esquema de recebimento de vantagens indevidas. De acordo com o MP-PR existia um grupo dentro da Receita Estadual que protegia a sonegação fiscal de empresários em troca de propina. A investigação ainda não identificou o possível valor desviado.

Ao todo, 17 pessoas já foram presas. Outras três pessoas, que já estavam presas, tiveram a prisão decretada mais uma vez. Entre elas, estão oito funcionários da Receita Estadual, sendo sete auditores, um policial civil, um contador e empresários.

Por enquanto, Márcio de Albuquerque Lima é o único foragido. Cinco dos que foram presos sexta-feira (20) ganharam liberdade após passarem a colaborar com as investigações. As 15 demais permanecem presas e têm mantido silêncio nos depoimentos.

Conforme o promotor, as investigações começaram há nove meses. A primeira etapa ocorreu no dia 5 de março. A operação está ligada a outras duas investigações: uma sobre exploração sexual de meninas e outra que apura uma fraude em uma licitação para o conserto de carros oficiais. No último caso, o esquema era liderado pelo parente de Beto Richa (PSDB), Luiz Abi Antoun.

Esteves explica que a Operação Publicano que atingir grupos criminosos que agem e recebem lucros a partir da corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

do G1


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