Política

Postado dia 28/03/2015 às 10:26:18

Operação 'Voldemort' atinge primeiro escalão do governo estadual

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), de Londrina, denunciou à Justiça o empresário Luiz Abi Anton, parente do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e mais seis pessoas por formação de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude na contratação da oficina Providence, de Cambé (Região Metropolitana de Londrina). Conforme apurou a reportagem, cópia das investigações também foram remetidas ao Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná porque surgiu "indicativo" de eventual participação da secretária estadual da Administração e Previdência, Dinorah Botto Portugal Nogara, que possui prerrogativa de foro, por causa do cargo.

A Secretaria de Administração e Previdência (Seap) é responsável por toda a frota do governo, por meio da Departamento Estadual de Transporte Oficial (Deto), cujo ex-diretor, Ernani Delicato, está entre os denunciados. A denúncia, que é um desdobramento da Operação Voldemort, deflagrada no dia 17 de março, tramita na 3ª Vara Criminal de Londrina.

O promotor de Justiça, Cláudio Esteves, não quis confirmar o nome de Dinorah. "Pedimos a remessa de uma cópia de todo o inquérito policial para o TJ para apurar se eventualmente houve comportamento ilícito de pessoa detentora de foro. É uma situação ainda a ser investigada", sem dar mais detalhes. 


De acordo com o Gaeco, Abi, o mentor das irregularidades, seria, de fato, o dono da Providence. Ismar Ieger, outro denunciado, seria apenas o laranja da empresa, mas não deixou de ter participação na fraude: teria conversado com os outros dois empresários que forneceram orçamentos, com preços maiores, para justificar a dispensa de licitação e a contratação da oficina de Cambé por R$ 1,5 milhão, no ano passado. Os dois empresários, no entanto, afirmaram não ter elaborado as propostas comerciais.

Também foram denunciados o advogado de Abi, José Carlos de Lucca; o dono de uma distribuidora de combustíveis em Bandeirantes (Norte), Paulo Roberto Midauar; também Roberto Tsuneda, sócio de Abi na empresa KLM Brasil, que tinha ligação com a Providence; além do policial militar, Ricardo Batista. Não foram detalhadas as participações dos envolvidos.

Cláudio Esteves informou que serão pedidas novas diligências para apurar se teria havido também cobrança de sobrepreço nos serviços prestados pela oficina. O valor que teria sido pago efetivamente pelo governo à Providence é cerca de R$ 300 mil, segundo o Gaeco.

da Folha de Londrina


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