Política

Postado dia 28/03/2015 às 18:24:20

'Não posso responder pelos erros dos outros', diz Beto Richa

O governador Beto Richa PSDB afirmou que não pode “responder pelos erros dos outros”, ao comentar as denúncias que envolvem o empresário Luiz Abi, o fotógrafo Marcelo Caramori e o auditor da Receita Estadual, Márcio Albuquerque de Lima, investigados pelo Ministério Público em operações que envolvem suspeitas de fraude em licitação, corrupção de menores e cobrança de propina na Receita. As declarações foram dadas em entrevista à RPC.

Luiz Abi Antoum – que seria primo em sétimo grau do governador – foi indiciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), acusado de fraude em licitação para a contratação emergencial de uma empresa que fazia a manutenção de veículos oficiais do Estado na região de Londrina. Ele e outras seis pessoas foram denunciadas  por formação de quadrilha, falsidade ideológica e fraude à licitação. A denúncia, que tramita na 3.ª Vara Criminal de Londrina, é um desdobramento da Operação Voldemort, deflagrada no dia 17 de março.

Caramori – que trabalhava como fotógrafo do governo no Estado – foi preso acusado de corrupção de menores, e fez acordo de delação premiada com o MP, denunciando tanto o esquema da fraude na licitação do serviço de manutenção de veículos quanto outro, de cobrança de propina e sonegação de impostos por parte de auditores da Receita Estadual e empresários em Londrina que teria movimentado 500 milhões de reais.

Márcio Albuquerque de Lima era inspetor chefe da Receita e atuou como copiloto de Richa em corridas de automóvel.

O governador admitiu que tem relação pessoal com Luiz Abi, mas negou conhecimento de práticas ilíticas por parte do empresário. “O parentesco é distante e não escondo que é de minha relação pessoal, como várias outras pessoas. Sou homem público, de fácil acesso. Convivo com centenas ou milhares de pessoas. E eu não posso responder pelos erros de ninguém. Eu defendo que toda denúncia seja apurada. Que todo culpado seja punido. Eu não tolero corrupção”, afirmou.

Segundo Richa, a investigação em Londrina foi aberta depois que o Estado resolveu mudar o sistema de controle do serviço de manutenção de veículos oficiais, justamente para combater denúncias de superfaturamento. “Pelo que nós apuramos não houve ilícito. O que acontece é que tínhamos indícios de sobrepreço em algumas oficinas já há alguns anos no Paraná, na manutenção de veículos, na troca e reposição de peças. Aí entendemos por bem fazer uma grande licitação para gestão da frota. O mesmo mecanismo adotado pelo Tribunal de Justiça para baratearmos em até 25% os gastos com a manutenção da frota do governo do Estado. E como isso foi licitado há pouco e tínhamos irregularidades em oficinas anteriores, em cinco regiões foi feito o serviço emergencial. E uma delas foi feito na cidade de Londrina, onde há toda essa investigação em curso hoje”, explicou.

Sobre Márcio Albuquerque de Lima, o governador lembrou que ele é funcionário de carreira da Receita do Estado. “Conheço ele de práticas de automobilismo”, disse.

Sobre Caramori, Richa disse que jamais suspeitou das práticas da qual ele é acusado. “E o Tchelo Caramori era um assessor do governo que fazia o serviço de fotógrafo nas minhas idas ao Norte do Estado. Agora não compactuo com irregularidades. Está sendo acusado de pedofilia. Nunca houve nenhum indício, sequer um ruído desta prática do seu Tchelo Caramori. Se não jamais teria sido contratado pelo governo”, garantiu.

Compromisso - O Ministério Público também pediu investigação contra a secretária de Administração, Dinorah Nogara, para apurar suposta participação no esquema supostamente comandado por Luiz Abi. Em depoimento, um funcionário do Departamento de Transporte Oficial do Estado (Deto), que é ligado à Secretaria de Administração, disse que ela teria orientado servidores durante a licitação fraudulenta. Segundo a denúncia, ela teria determinado que o Deto esperasse o fim do contrato anterior, para forçar a contratação emergencial da Providence, empresa que teria Abi como sócio oculto. Nogarah rechaçou a denúncia. “Isso não é verdade, porque eu jamais falei isso. Eu não sabia nem que essa empresa era do Luiz Abi. Tanto que essa oficina não foi nem cadastrada pela nova empresa de manutenção da frota. Eu me sinto atacada, mas eu coloco à disposição perfeitamente. Eu tenho 32 anos de serviço público, com muito amor ao que eu sempre fiz. Eu não tenho compromisso político com ninguém, eu tenho compromisso com o governo, o Estado, o setor público que eu sempre servi”, afirmou a secretária


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