Política

Postado dia 31/03/2015 às 11:11:16

Processo do PMDB contra Pessuti acaba suspenso

O ex-governador Orlando Pessuti conseguiu uma decisão favorável da Justiça que suspendeu a reunião da Comissão de Ética do PMDB estadual que analisaria pedido de expulsão dele do partido. Pessuti é acusado pelo grupo do senador Roberto Requião de infidelidade partidária durante a campanha eleitoral de 2014.

A juíza Bruna Cavalcanti de Albuquerque Zandomeneco acatou os argumentos dos advogados do ex-governador segundo a qual a Comissão de Ética do partido estaria em situação irregular, já que um dos integrantes da mesma, o ex-procurador Geral do Estado, Luiz Carlos Delazari, que faleceu em outubro do ano passado, não foi substituído. Segundo a defesa de Pessuti, o estatuto do PMDB prevê que essa substituição teria que ser feita em no máximo 30 dias por indicação do Diretório Estadual do partido, o que não aconteceu.

Além disso, o ex-governador também pediu a “suspeição” do ex-secretário de Segurança Pública e filho de Delazari, Luiz Fernando Delazari, por ele ocupar cargo de assessor no gabinete de Requião no Senado. “O senhor Luiz Fernando Delazari, integrante da comissão, ocupa cargo comissionado de assessoria junto ao gabinete do Senador Roberto Requião e que o mesmo trabalhou como assessor da campanha do citado senador. Ora, tornou-se há muito fato notório e sabido que o autor e o senador tornaram-se adversários políticos, pelo que não há, pelo menos no presente momento, imparcialidade no agir do senhor Delazari”, avaliou a juíza, que estabeleceu multa de R$ 80 mil em caso de descumprimento da ordem judicial e multa diária de R$ 500 no caso de prosseguimento do processo. O Diretório Estadual do PMDB anunciou que vai recorrer da decisão.

Também foi apontada a suspeição da relatora do processo, vereadora de Pinhais, Márcia Ferreira. O argumento é que ela foi eleita no ano passado presidente do PMDB Mulher. E o estatuto do partido proíbe quem ocupa cargos de direção no partido integrar a Comissão de Ética.

Segundo o secretário-geral do PMDB de Curitiba, Doático Santos, isso praticamente inviabiliza a continuidade do processo contra Pessuti, já que a atual Executiva Estadual, comandada pelo grupo de Requião, não tem maioria no Diretório Estadual, que teria que se reunir para definir os novos integrantes da Comissão de Ética.

Na eleição do ano passado, Pessuti tentou disputar a indicação de candidato do PMDB ao governo do Estado. Acabou desistindo para defender o apoio do partido à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), de quem sonhava ser vice. Requião venceu a convenção para ser o candidato da legenda ao governo.

Pessuti então não só se recusou a fazer campanha para o senador como apareceu no programa eleitoral de Richa pedindo que os eleitores não votassem Requião. Por conta disso, foi suspenso da legenda pela direção estadual, que abriu ainda seu processo de expulsão. O alinhamento a Richa rendeu ao ex-governador a indicação para um cargo de diretor no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que Pessuti tomou posse ontem.

do Bem Paraná


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