Política

Postado dia 20/05/2016 às 20:39:39

'Falar mal do pedágio dá voto', diz presidente da ABCR

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) condena a criação da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio, lançada dia 16 na Assembleia Legislativa do Paraná (AL-PR). "Essa é uma discussão séria, que precisa de avaliações técnicas e não de discurso sem fundamento, cuja única finalidade é ganhar a opinião pública falando mentiras", reclama João Chiminazzo Neto, presidente da ABCR. Segundo ele, o pedágio é a "Geni do Paraná". "Aqui, falar mal do pedágio dá voto", acusa.
 
Chiminazzo rebate as declarações dos deputados de que o pedágio no Estado é o mais caro do País se comparado aos novos contratos de concessão assinados pelo governo federal em outros locais, como Santa Catarina e Mato Grosso. "Não se pode comparar um trecho que estava bom e foi pedagiado com outro que necessitava de muita recuperação, como era o caso dos nossos. Os contratos do Paraná seguem exatamente o que foi acordado entre o governo e as empresas. E os deputados sabem disso porque fizeram duas CPIs e não encontraram nenhuma irregularidade."
 
A principal reclamação dos deputados – de que a tarifa é abusiva - também é a reclamação de quem defende a prorrogação dos contratos, como a Federação da Agricultura do Paraná (Faep). "Não do contrato que está em vigor, mas uma repactuação incluindo a redução na TIR (Taxa Interna de Retorno), atualização dos dados de tráfego e considerando que os custos das obras deverão seguir a tabela de preços do DER/PR", explica Antônio José Ribas, ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e consultor da Faep.
 
A decisão depende do governo do Estado. A diferença é que a repactuação, que traz novos termos – com novos valores, obras e prazos - teria resultados imediatos e a licitação só em 2021, quando terminam os contratos atuais. "Ser contra a prorrogação é inócuo. Só serve para gastar dinheiro público viajando pelo Estado. O que eles (os deputados) deveriam defender é um estudo sério de quais as vantagens e desvantagens de cada um – repactuação ou licitação – levando em consideração a reivindicação de quem está pagando a conta", defende Chiminazzo.
 
Segundo ele, existem três formas de baixar o preço do pedágio: redução no programa de obras, redução na prestação de serviço ou repactuação dos termos do contrato. "Se nenhuma dessas três coisas acontecer, a tarifa não muda. Não tem mágica e os deputados sabem muito bem disso. Assim como sabem que a decisão não cabe a eles e sim ao Poder Executivo. Estão usando novamente o pedágio como bandeira política. É uma enganação", afirmou.
 
O diretor de Operações do DER, Paulo Montes Luz, disse que as concessionárias precisam executar 46 obras nas rodovias pedagiadas até 2021 e que a prorrogação dos contratos não está em negociação. Segundo a ABCR, as concessionárias geram cinco mil empregos e movimentam as economias locais.
 
por Chris Beller, especial para a Folha de Londrina


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