Norte do Paraná

Postado dia 23/08/2016 às 18:27:38

Parceria entre moradores e Polícia Militar reduz índices de criminalidade

Há aproximadamente seis anos, a comunidade do Jardim Shangri-lá, na zona oeste de Londrina, se uniu para tentar melhorar a segurança do bairro. A região sofria com constantes furtos, roubos, prostituição, tráfico de drogas. Foi a partir da ideia de usar um efeito sonoro para alertar a população sobre a presença ou ação de bandidos que surgiu o Projeto Vizinho Solidário. Hoje, ele está presente em mais de 50 bairros. A ideia de aproximar as pessoas das forças de segurança para, juntos, combaterem a criminalidade também inspirou outras ações parecidas, como o projeto carinhosamente apelidado de "Bolo de Fubá", da Polícia Militar (PM). Ambos têm acumulado resultados muito positivos. 

A presidente da ONG Vizinho Solidário e da Associação dos Amigos do Jardim Shangri-lá A, Gabriela Fontoura, conta que, antes do projeto, os moradores do bairro estavam "sitiados pela insegurança". "Na época, convidamos alguns vizinhos, PM, Guarda Municipal e Ministério Público. Quase 100 pessoas participaram da reunião, em que pontuamos mudanças na estrutura do bairro para melhorar a segurança", lembra. O Vizinho Solidário – que, segundo Gabriela, nada mais é do que "um grupo de pessoas se cuidando" - começou com o uso de apitos. Hoje, o bairro conta com um sistema de Voicer que, ao ser acionado por controle remoto, dispara um alarme e avisa que uma casa pode estar sendo invadida. 

"Melhoramos 90% a segurança do bairro", afirma Gabriela. Porém, ela confessa que hoje o Shangri-lá passa, novamente, por um ciclo de insegurança, principalmente com pequenos furtos. Apesar disso, argumenta que as vantagens do Vizinho Solidário é que quando alguma situação é identificada, todos os vizinhos são avisados rapidamente. "Temos que acionar a PM - e ela atende a todos da mesma forma -, mas quando as pessoas estão mobilizadas, conseguimos contribuir com informações e alertar os vizinhos para que eles possam se prevenir." A experiência já foi compartilhada pela ONG em cidades como Maringá, Cambé e Apucarana. 

Um dos principais canais de comunicação rápida entre os vizinhos tem sido o aplicativo WhatsApp. Porém, Gabriela faz um alerta. "Muita gente se sente seguro demais, acaba passando informação que não é conveniente e se expõe além do necessário", afirma. Além disso, em certos momentos, o que é compartilhado no grupo pode gerar pânico. "Grupo de segurança é coisa séria. Temos que pedir ajuda e orientação da PM para fazer com que ele seja realmente efetivo e não coloque ninguém em risco", alerta. Segundo ela, os vizinhos precisam se conhecer primeiro. "O WhatsApp não pode substituir o relacionamento entre as pessoas." 

O Vizinho Solidário faz com que a população realmente assuma a região onde vive. Uma forma de se cuidar sem se expor demais, segundo a presidente da ONG, é criar uma senha entre o grupo. "Quando alguém achar que um vizinho está em perigo, basta ligar para ele. Se ele der a senha errada, o próximo passo é avisar imediatamente a polícia", ensina. Também é recomendado, nestes casos, acionar o alarme para alertar a todos. "De nada adianta termos várias ferramentas se não houver integração dos vizinhos e se não procurarmos apoio da PM", avisa. 

Serviço: 
Mais informações sobre o projeto Vizinho Solidário podem ser obtidas via e-mail: vizinhosolidario @ hotmail.com ou pelo telefone (43) 9902-2053.

da Folha de Londrina


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