Assaí

Postado dia 16/09/2016 às 22:07:25

O povo quer falar, alguém quer ouvi-lo?

Recorrendo ao saudoso ex-presidente da Câmara dos Deputados e também candidato à presidência da República na eleição de 1989, Ulysses Guimarães, tem-se que “a única coisa que mete medo em político é a voz rouca das ruas”.

E nesse momento, no segundo semestre de 2016, a voz das ruas não se faz em alarido, em gritaria sem tamanho.

Até aproveitando a calmaria do processo eleitoral, diante da restrição financeira imposta pela legislação, a voz da rua que assombra político é aquela que será ouvida em 02 de outubro, com a apuração das urnas.

Chegará então finalmente a hora de a população dizer o que pensa desse e daquele político.

No entanto, antes mesmo de chegar tal data, o povo quer muito falar. Mas realmente há alguém que queira ouvi-lo?

Campanha política tem sido geralmente sinônimo de palanque, no qual o político apresenta suas propostas, daquilo que imagina ser o melhor para o seu povo. Todavia, a população não deseja tão somente participar passivamente daquele processo, e sim dar sua contribuição sobre aquilo que realmente lhe é essencial e necessário.

Em Assaí, por exemplo, famílias querem dizer do transtorno causado à saúde de seus filhos por causa da rua sem asfalto, do incômodo produzido por veículo pesado trafegando pelo perímetro urbano, da angústia em ter que agendar consulta para obter atendimento médico, da falta de uma política eficiente de assistência social em tempos de crise, do drama decorrente do fechamento de centenas de postos de trabalho na cidade, entre outros.

Morador inclusive tem dito que pretende dar pelo menos 600 ml de café para cada político que passar por sua residência. Segundo ele, o mais de meio litro da bebida seria para compensar os quatro últimos anos que o político não passou por lá, depois da última eleição, assim como igual período que o mesmo se manterá ausente após o pleito de outubro de 2016.

Jovem senhora também quer alguém para ouvir sobre seu drama de não contar com emprego em Assaí, e diariamente ter que ir para Londrina. Por causa da jornada de trabalho, ela tem que usar veículo próprio e gastar com combustível e pedágio.

Outra senhora de mais idade ainda deseja que político passe por sua casa, para testemunhar seu relato de vida, ou melhor seria, seu drama de escolher entre comprar remédio e ter dinheiro para a alimentação diária.


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