Professores vão escolher Secretária de Educação, em Assaí? Péssima ideia

Cogita-se que, no próximo ano, o prefeito eleito Acácio Secci (PPS) nomeie a nova Secretária de Educação a partir da escolha de professores da rede municipal de ensino de Assaí.

Trata-se de uma péssima ideia, e tem grandes chances de não dar muito certo.

Não se espera a indicação de uma “secretária dos professores”, e sim que defenda os interesses também dos alunos, da comunidade escolar, da sociedade em geral, e se paute pela busca de uma Educação de qualidade.

Há muitos desafios a ser enfrentados. Coordenadores que cumprem jornada de trabalho de 40 horas semanais deveriam atuar durante 20 horas em sala de aula? Professores deveriam fazer rodízio entre escolas municipais a cada ano? Como fortalecer os vários conselhos, com ampliação da participação da sociedade, e sem interferência indevida do poder público? Atual política de progressão horizontal e vertical atende aos interesses do próprio professorado ou dos alunos? Como aumentar o nível de satisfação dos pais em relação ao ensino ofertado em escolas e centros de Educação Infantil?

Por isso, candidato a secretário municipal daquela Pasta não pode ser enquadrado tão somente como o professor “bonzinho”, “gente fina”, “amigo de todo mundo”. Há necessidade de alguém que faça o papel de “gerente”.

Candidato escolhido pelos próprios professores pode resultar em cabos eleitorais fazendo campanha para determinado nome, em busca de algum cargo de coordenação, de direção, em comissão ou mesmo a ocupar função gratificada.

A nova secretária de Educação deve estabelecer metas de gestão em seu setor, encaminhar para sala de aula alguns educadores que por anos têm ocupado cargos de confiança, além de possuir pulso firme para comandar o trabalho de centenas de professores e lidar com crises constantes em escolas e creches.

Então ser escolhido entre seus pares, pode significar algum comprometimento em sua capacidade de isenção para tomar algumas medidas bastante necessárias e até impopulares, para determinados grupos.

O novo gestor deve possuir saber técnico, mas também pulso firme para fazer as mudanças, como firmemente espera o eleitorado que foi às urnas em 02 de outubro último.

Espera-se a participação da comunidade na discussão dos problemas do cotidiano da Educação. Aguarda-se a presença de vários segmentos da sociedade para apresentação de propostas e soluções em busca de uma Educação de qualidade. Vale a pena então fortalecer os vários conselhos municipais ligados àquela Pasta.

Deve-se ainda buscar a atuação em rede, com Conselho Tutelar, Associação de Pais, Agentes Comunitários de Saúde, igrejas, entidades de classe, poder público e agentes privados, assim como a família, em esforço conjunto, a perseguir uma Educação de qualidade e de resultados.

Uma Educação que transforma e liberta.

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