Norte do Paraná

Postado dia 16/11/2016 às 09:44:00

Redução de custos é meta de prefeitos eleitos

Às vésperas de assumirem o cargo, os prefeitos municipais eleitos na Região Metropolitana de Londrina (RML) vislumbram a necessidade de cortar gastos para enfrentar a escassez de recursos no ano que vem. Envolvidos com as reuniões de transição, os futuros gestores de cidades como Arapongas e Cambé relataram que as despesas com pessoal comprometem a maior das receitas livres, excedendo, inclusive, o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Teremos que dar um jeito", salientou o araponguense Sérgio Onofre (PSC)

Pela LRF, o limite máximo é de 49% da receita corrente líquida (RCL) para pagamento de salários, entre comissionados e efetivos. O risco que a FOLHA mostrava no começo do ano, em reportagem no mês de janeiro, se confirmou em diversos casos por causa da queda na arrecadação, especialmente no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), e a inflação na casa dos dois dígitos impactando a reposição aos servidores. Na maioria das cidades do Paraná, o FPM representa quase 50% da RCL. 

Onofre afirmou que a transição com a atual administração "está sendo cordial", mas avalia que a arrecadação prevista no orçamento, R$ 305 milhões, não vai se concretizar. "O nosso orçamento é elaborado com base nos dois anos anteriores e em 2015 a crise estava ainda começando. Um dos grandes problemas que temos na cidade é a folha, em torno de 54,6% das receitas. Por isso, teremos que enxugar", adiantou o prefeito eleito. 

Em Cambé, o experiente José do Carmo Garcia (PTB), a caminho do quarto mandato, elogiou a gestão atual, que tem colaborado para uma "transição tranquila". Ele apontou a saúde e a educação como os principais gargalos a serem atendidos a partir de 2017. "Vejo desafios na área da saúde, como a falta de médicos, o que se agrava um pouco mais diante do comprometimento da folha de pagamento, hoje em 55% da LRF. A educação infantil também preocupa, além do fundo próprio da previdência, afinal a regularidade é essencial para mantermos as certidões junto ao Ministério da Previdência", disse o petebista, que integra a equipe de transição. "Transição é importante para ganhar tempo, antecipar o que vamos encontrar em janeiro, mas não muda números", finalizou. 

O prefeito eleito de Uraí, Carlos Tamura (PSC), prevê, pelo menos, mais dois anos de dificuldades para os prefeitos, principalmente nas cidades menores. "Não vai ser fácil em 2017, precisaremos enxugar a máquina, teremos poucos recursos e poucas fontes para buscá-los. Eu avalio que ainda teremos mais dois anos de dificuldade financeiras", falou Tamura, elogiando, ainda, a facilidade para obter informações úteis à transição junto à prefeitura. 

Em Londrina, embora o custo com pessoal esteja dentro dos limites da LRF, Marcelo Belinati (PP) já anunciou que promoverá contenções a partir do ano que vem. As equipes de transição do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e do prefeito eleito têm novos encontros esta semana, para tratar dos números da Sercomtel e da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). 

DIFICULDADES

Nem todos os prefeitos eleitos estão em paz com as administrações atuais, para as reuniões de transição. Em Ibiporã, o prefeito eleito João Coloniezi (PMDB) ainda não pôde oficializar a sua equipe, pois, segundo disse à reportagem, está aguardando um posicionamento do prefeito José Maria Ferreira (sem partido). "Protocolamos um pedido na prefeitura para que seja instituída a comissão e esperamos que essa semana isso possa acontecer." 

A vice-prefeita de Assaí, Inês Koguissi (PPS), eleita na coligação encabeçada pelo carteiro Acácio Secci (PPS), informou que a equipe da próxima gestão apresentou ao atual prefeito, Luiz Mestiço (PSDB), no último dia 4, um pedido oficial para a criação da comissão de transição e aguarda o retorno.

por Edson Ferreira, da Folha de Londrina

 


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