Assaí

Postado dia 30/12/2016 às 16:29:35

Saúde pública vive caos em fim de mandato em Assaí

Por meio da rede social, o atual prefeito de Assaí, Luiz Alberto Vicente (PSDB), relata que "o nosso mandato se encerra as 24 hrs do dia 31/12/16".

Tal comentário responde a ofício encaminhado pelo prefeito eleito Acácio Secci (PPS), solicitando que a Secretaria Municipal de Saúde elaborasse escala de médicos para atendimento em 1º de janeiro de 2017 (domingo).

Ao comentar aquela postagem, a professora Maria Luiza de Oliveira lembra que "escalas de trabalho são feitas pelo menos com uma semana de antecedência". Daí se conclui que oficio encaminhado para a atual gestão pelo prefeito eleito Acácio tem razão de ser.

A preocupação de Acácio Secci, que toma posse em 1º de janeiro de 2017, é bastante pertinente, uma vez que herdará um hospital municipal com estrutura deficitária quanto a profissionais de saúde. Isso acontece em função de que, após as eleições de outubro de 2016, a saúde pública tem sofrido verdadeiro desmonte em Assaí.

Laboratórios e prestadores de serviços reclamam da falta de pagamento. Contratos com profissionais da área vencem em 31 de dezembro, desfalcando as unidades de saúde do município.

De acordo com a professora Léa Balsani, "o hospital está sem internamento, não tem exames, postos de saúde foram fechados".

A seguir comentários da população sobre a situação da saúde pública em Assaí:

Cassiane Freitas - "Não entendo porque tanta preocupação do atual prefeito se o hospital Municipal não está tendo nem internamento no final da gestao dele. Até exames que o médico pede para os pacientes que estão hospitalizados o hospital municipal não pode pagar, quem tem que pagar é o paciente. Não adianta falar que é mentira, porque passei por isso essa semana".

Loana Soares - "Isso é verdade, o hospital esta sem internamento. A minha vó está doente e a minha mãe tem que levar ela todos os dias lá pra tomar soro, porque eles não estão internando mais. Todos os remédios tem que ser comprados. E eles ainda querem pagar de bons samaritanos. Essa situação é revoltante".

Recomendação do Ministério Público

Ainda na referida mensagem postada na rede social, o atual prefeito Luiz Alberto Vicente (PSDB) cita que, em 02 de janeiro de 2017, "todos postos de saude terão que estar atendendo, hospital com médicos, agendamento para crianças (pediatra)". Já a partir de 5 de janeiro, deveria começar o atendimento nas creches, acrescenta ele ainda.

Tal comentário causa estranheza principalmente devido ao fato de que tal atendimento em creches e unidades de saúde requer certo planejamento, necessitando ainda de recursos humanos e financeiros. A dificuldade vem ainda do fato de que não houve a devida transição entre a gestão que está saindo e aquela equipe que toma posse em primeiro de janeiro.

O atual prefeito Luiz também relata que, "atendendo uma recomendação do MP (Ministério Público) o médico plantonista que inclusive ja recebeu antecipado fica no hospital atè as 7 hrs (de 1º de janeiro)".

A mesma gestão que, por inúmeras vezes, não atendeu a recomendações administrativas feitas pela Promotoria de Justiça, vem agora se voltar àquilo que tem determinado a agente ministerial.

No segundo semestre de 2013, após retomada do hospital municipal até então terceirizado para o Instituto de Saúde Pró-Vida, a prefeitura havia se comprometido junto à Promotoria de Justiça em realizar concurso público para contratação de pessoal. O mandato então termina sem que o gestor público tem cumprido tal exigência.

Em fevereiro de 2016, o Ministério Público havia expedido recomendação administrativa para que o município regularizasse a situação de servidores comissionados em desvio de função. Quase um ano depois, e às vésperas de término do atual mandato, aquela exigência feita por promotores de Justiça da Comarca de Assaí caíram no esquecimento.

 


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