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Norte do Paraná
Postado dia 16/02/2017 às 00:56:54
Operação da Polícia Federal mira Frigorífico do Peixe
O Frigorífico do Peixe de Pinhalão – anunciado pelo governo federal em 2013, e atualmente com as obras paralisadas – pode ser objeto de investigação do Ministério Público Federal no Paraná e da Controladoria Geral da União (CGU) em consequência da Operação Betsaida, deflagrada na manhã desta quara-feira (15) pela Polícia Federal em três estados para apurar crimes de fraude em licitações e desvio de recursos públicos em um convênio firmado entre o extinto Ministério da Pesca e Agricultura e a prefeitura de Itauçu (GO).
A ação deflagrada por determinação do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) da CGU tem como objetivo coletar provas da participação de empresários e agentes públicos nas irregularidades.
De acordo com o MPF-GO, as fraudes ocorreram em uma parceria firmada entre a prefeitura de Itauçue o Ministério da Pesca para a construção de fábrica de farinha e ração para peixes. As investigações tiveram início em 2015, a partir de representação feita ao órgão por um grupo de vereadores da cidade, que revelaram irregularidades na execução do convênio, no valor de R$ 14,7 milhões.
Ainda segundo o MPF-GO, as primeiras investigações foram feitas pelo órgão com apoio da CGU, que constataram problemas maiores do que os relatados pelos vereadores. Entre eles,a existência de um projeto sem estudo ou comprovação de viabilidade econômica da fábrica de farinha, além do direcionamento de licitações.
Também foram constatadas irregularidades na execução dos serviços sem contrato e em desacordo com o projeto aprovado, superfaturamento e pagamento por serviços não realizados que deveriam ter sido feitos no dia útil seguinte às eleições municipais, no valor de R$ 843 mil.
No Paraná, os mandados foram cumpridos em Joaquim Távora e Pinhalão, onde os agentes federais conduziram, coercitivamente, o empresário Gussmann Lincol Walker – proprietário da Fex do Brasil, e o engenheiro civil Carlos Avelino da Silva, respectivamente. Eles foram ouvidos na delegacia dos municípios na condição de testemunha, e liberados. Computadores, celulares e documentos também foram apreendidos pela PF nos endereços.
A defesa do empresário Gussmann Lincol Walker informou que ainda não teve acesso aos autos. No entanto, disse que seu cliente está colaborando com as investigações. O engenheiro civil Carlos Avelino da Silva, que à época trabalhava para a prefeitura de Pinhalão – beneficiada por um projeto parecido ao da prefeitura de Itauçu (GO), não foi localizado pela reportagem, bem como seu advogado.
As investigações apontaram irregularidades semelhantes praticadas em projetos idênticos em outros estados, tendo em comum o fato de terem sido objetos de convênios do Ministério da Pesca e contratado a mesma empresa para fornecer os equipamentos, embora cada município tivesse realizado sua própria licitação.
Ao todo, foram cumpridas 26 mandados judiciais em Goiás, Paraná, Santa Catarina e Brasília. A operação mobilizou 60 policiais federais e 11 auditores da Controladoria Geral da União em Goiás (CGU-GO).
Betsaida
O nome da operação é uma referência à cidade de Betsaida, geograficamente localizada ao norte do mar da Galileia, onde, segundo o Evangelho, Jesus Cristo realizou o milagre da multiplicação dos peixes, em alusão à magnitude do empreendimento, cuja capacidade de processamento de peixes excede em muito toda a atual produção de pescado do Estado.