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Política
Postado dia 19/04/2017 às 23:19:36
Saiba o que pesa sobre políticos do Paraná na operação Lava Jato
Entre os políticos do Paraná, delatores da Operação Lava Jato mencionaram o nome dos senadores Alvaro Dias (PV), Osmar Dias (PDT) e Gleisi Hoffmann (PT), do governador Beto Richa (PSDB), além de Paulo Bermrdo (PT), Abelardo Lupion (DEM), Zeca Dirceu (PT) e José Janene, falecido em 2010.
De acordo com o ex-executivo da Odebrecht Benedicto Júnior, o ex-ministro e ex-deputado federal Paulo Bernardo recebeu R$ 934 mil "em dinheiro vivo" da empreiteira para incluir a obra da linha 1 da Trensurb, no Rio Grande do Sul, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura deu a informação ao prestar depoimento ao Ministério Público Federal no acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
A seguir lideranças políticas do Paraná mencionado em delações da Operação Lava Jato:
O delator Valter Luís Arruda Lana narra o repasse de valores não contabilizados em favor do então deputado federal. Nas eleições de 2010, com autorização do executivo Benedicto Júnior, o Grupo Odebrecht 'efetuou a doação com recursos de caixa 2, em espécie, na ordem de R$ 150 mil, operacionalizados por intermédio da equipe de Hilberto Silva'. Nas eleições de 2012, ocorreu 'doação com recursos de Caixa 2, em espécie, no valor de R$ 100 mil'.
O QUE DISSE
Abelardo Lupion disse à RPC Curitiba que repudia qualquer menção ao nome dele nas delações e afirma que nunca recebeu dinheiro ou doações de forma indevida e que todas as contas dele relacionadas à campanha foram aprovadas sem ressalvas pelos órgãos competentes.
ALVARO DIAS - PV | PR - Senador, ex-governador
O delator Pedro Novis aponta irregularidades praticadas pela Odebrecht durante as gestões de Brizola (83/86 - contratos para realização do Sambódromo e Cieps), Paulo Maluf (80/82 - Fepasa, duplicação da Ferrovia Campinas/Santos e Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava), Álvaro Dias (87/90 - campanha com frustração na obtenção de obras), Marcelo Miranda (87/90 - contratação de diversos trechos rodoviários em MS), Orestes Quércia (87/90 - vários contratos com o Metrô de São Paulo, Rodovia Carvalho Pinto), Luiz Antônio Fleury (91/94 - continuidade das obras do governo anterior), e Espiridião Amim (87/90 - Avenida Perimetral em Florianópolis). De acordo com o delator, pessoas ligadas a essas autoridades receberam vantagens por meio de propina. O MP avaliou que as afirmações foram insuficientes na demonstração de crimes e optou por não sugerir a continuidade das investigações.
O QUE DISSE
'Como o despacho cita campanha com frustração na obtenção de obras, a declaração trata-se, na verdade, de um atestado de boa conduta. Se houve a tentativa, a consequência foi a frustração na obtenção de obras. Não havia possibilidade de esquema. Se houve uma tentativa de esquema, não se consumou. Nosso governo não admitia em nenhuma hipótese.''
BETO RICHA - PSDB | PR - Governador do Paraná
Codinome na delação - Brigão e Piloto
Delatores relatam que o governador do Paraná recebeu pagamentos indevidos para campanhas eleitorais.
O QUE DISSE
A assessoria do governador Beto Richa informou que assuntos ligados a campanhas eleitorais devem ser tratados com os tesoureiros.
GLEISI HOFFMANN - PT | PR - Senadora
Codinome na delação - Amante e Coxa
Os delatores relatam que a ocorrência de pagamentos, a pedido do então ministro Paulo Bernardo, em favor de campanhas de Gleisi em 2008 (Prefeitura de Curitiba), 2010 (Senado Federal) e 2014 (governo do Paraná). Os delatores ainda relatam que o repasse de R$ 5 milhões estaria relacionado à abertura de crédito de R$ 50 milhões referentes à linha de financiamento à exportação de bens e serviços entre Brasil e Angola, medida econômica que teria beneficiado o Grupo Odebrecht.
O QUE DISSE
Em nota, Gleisi disse que 'não tem informação sobre isso, desconhecendo a que se refere'.
JOSÉ JANENE - PP | PR - Ex-deputado federal
Os delatores apontam que o ex-deputado federal José Janene, ao ser procurado para auxiliar a empresa Braskem S/A em negócios com a Petroquínica Paulínia S/A (PPSA), exigiu e recebeu, do Grupo Odebrecht, a soma de US$ 4,3 milhões, valor pago por intermédio de Alberto Youssef. Posteriormente, o então parlamentar negociou e recebeu nova propina, no montante de R$ 12 milhões, em razão de negócio envolvendo o piso da fórmula do contrato de nafta com a Petrobras, pagamento realizado pelo Setor de Operações Estruturadas. O MP também aponta 'crimes praticados' em dois contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht, em consórcio com a OAS, na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Os contratos, em valores de mais de R$ 3 bilhões foram firmados em dezembro de 2009 para execução de 'serviços e fornecimentos necessários à implantação das unidades de hidrotratamento de diesel, hidrotratamento de nafta e geração de hidrogênio'. O delator Hilberto Guedes diz ter ser reunido com Aldo Guedes, então diretor da Empresa de Águas de Recife, para tratar da forma da entrega da propina. O delator Márcio Faria também cita Aldo Guedes, com quem diz ter se reunido e que ele se apresentou como único representante do então governador Eduardo Campos. Guedes solicitou 2% do valor do contrato, o equivalente a R$ 90 milhões. O delator Márcio Faria diz que ainda entregou R$ 15 milhões a José Janene para o PP. Outra quantia no mesmo valor, R$ 15 milhões, foram pagos para Paulo Roberto Costa.
O QUE DISSE
Faleceu em 2010. Em nota, o PP diz que não compactua com condutas ilícitas e que confia que a Justiça irá esclarecer os fatos.
OSMAR DIAS - PDT | PR - Ex-senador
Codinome na delação - Caim
O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, diz que repassou R$ 500 mil ao ex-senador Osmar Dias (PDT).O dinheiro era para ser usado na campanha dele ao governo estadual do Paraná, em 2010.
O QUE DISSE
Osmar Dias classifica a afirmação de Fernando Reis como mentirosa e diz que jamais falou com o delator. Segundo o ex-senador, todo o dinheiro da campanha foi declarado pelo PDT e os recursos vieram por meio do caixa principal do diretório nacional para o estadual. Osmar Dias ressalta que jamais esteve com Fernando Reis e que nunca nenhum funcionário dele manteve contato com o delator ou com outra pessoa da Odebrecht.
PAULO BERNARDO - PT | PR - Ex-ministro
Codinome na delação - Filósofo
Segundo delatores ligados à Odebrecht, ele pediu 1% do valor do contrato de R$ 323,9 milhões referente à construção de uma linha ferroviária em Porto Alegre para garantir a inclusão da obra no Programa de Aceleração do Crescimento.
O QUE DISSE
Paulo Bernardo nega ter feito esse pedido e informa que não teve qualquer conversa com executivos da Odebrecht para tratar da inclusão da obra no PAC. 'Ela foi incluída de maneira absolutamente lícita e atendendo a reivindicação da bancada federal do RS, sem qualquer participação da empresa Odebrecht', afirma a advogada Verônica Sterman.
ZECA DIRCEU - PT | PR - Deputado federal
Codinome na delação - Guerrilheiro
O deputado federal José Carlos Becker de Oliveira e Silva, o Zeca Dirceu, (PT-SP) é suspeito de receber repasse não contabilizado de duas quantias de R$ 250 mil cada para financiar suas campanhas eleitorais nos anos de 2010 e 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Os pedidos de repasse teriam sido feitos a pedido de seu pai José Dirceu.
O QUE DISSE
O deputado reitera que não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato. 'Apesar das inúmeras investigações em andamento há vários anos, não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar que o ligue ao assunto Petrobras / Lava Jato ou a qualquer tipo de ilegalidade. É importante destacar que nunca houve qualquer pedido do parlamentar a envolvidos na Lava Jato, fato já testemunhado por vários outros delatores e agora comprovado pelo próprio delator Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Todas as doações recebidas nas campanhas de 2010 e de 2014 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas. Os nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010, divulgados constantemente pelos órgãos de imprensa. O deputado r