Política

Postado dia 17/07/2017 às 22:57:54

‘Ela realizou sonho’, diz ministro sobre casamento de filha deputada

O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou nesta segunda-feira que, apesar do protesto de grupos de esquerda no casamento da filha, a deputada estadual Maria Victoria Barros (PP-PR), ela “realizou seu sonho” na cerimônia ocorrida na sexta-feira, no Palácio Garibaldi, em Curitiba. Centenas de pessoas se reuniram na igreja e no local da festa para protestar contra as reformas do governo federal e contra a celebração e hostilizaram os convidados atirando lixo e ovos.

“Da parte nossa, da noiva, Maria Victoria, que sonhou fazer ali o seu casamento —no Palácio Garibaldi, onde ela fez seu aniversário, fez o lançamento da sua candidatura, onde nós temos a relação com a comunidade italiana—, ela realizou o seu sonho”, afirmou o ministro à Rádio CBN de Curitiba. “A solenidade na igreja transcorreu com normalidade, e a festa também transcorreu com normalidade, tudo absolutamente dentro do previsto.”

O protesto foi convocado via redes sociais por movimentos ligados a partidos de esquerda, como a Frente Brasil Popular,  e teve início por volta das 18h30 na Igreja do Rosário, no centro de Curitiba, onde era realizado o casamento. A noiva e a família tiveram de fazer o trajeto de poucos metros até o salão utilizando uma van.  Mesmo escoltados pela Polícia Militar, parte dos convidados, que seguiu a pé até a festa, acabou sendo atingida por ovos e lixo atirados pelos manifestantes.

 

Ainda na entrevista, o ministro disse que a família estava sabendo do protesto e que a Polícia Militar compareceu para “dar segurança aos manifestantes”. Ele lamentou, porém, o fato de convidados terem sido atacados. “Os manifestantes, é do seu direito se manifestar também, nós não temos nada contra. Apenas eu acho que abusaram ao agredir convidados”, disse. “Mas é da democracia, é do momento que passa o país”, concluiu. 

Depois do início da festa, houve um princípio de tumulto entre manifestantes e PMs, que acabaram usando bombas para dispersar a multidão. Conforme a assessoria de imprensa da PM, uma policial ficou ferido no rosto após ser atingido por objetos. Um manifestante foi levado para o 12º Batalhão da PM para assinar um termo circunstanciado e deve comparecer em audiência para dar explicações à Justiça.

A Polícia Militar disse que foi chamada por causa das “manifestações agressivas” e que, após avaliar a situação, determinou uma concentração maior de policiais “para a segurança dos manifestantes e a garantia os direitos constitucionais da liberdade de ir e vir e de crença e religião.” A corporação afirmou que a postura dos manifestantes justificou a presença da polícia.

Em nota, a família da deputada informou que apenas o trajeto dos convidados entre a igreja e o salão foi alterado devido à mobilização. Ainda segundo o comunicado, um dos motivos do protesto foi a pré-candidatura de Cida Borghetti (PP), mãe da deputada ao governo do Paraná nas eleições de 2018. Cida atualmente é vice-governadora.

A festa já vinha sendo notícia ao longo da semana por conta de uma polêmica envolvendo a instalação de uma estrutura metálica no Palácio Garibaldi, que é tombado pelo patrimônio histórico. De acordo com a Secretaria da Cultura, a estrutura começou a ser montada ainda sem a autorização dos órgãos competentes, que foi apresentada depois. Por conta disso, a Associação Giuseppe Garibaldi será multada em 50% do valor da estrutura. A secretaria disse também que acompanha a remoção de tudo o que foi instalado e que poderá aplicar uma nova multa caso seja identificado algum dano ao prédio.

Veja a íntegra da nota da família:

“Tudo transcorreu dentro da normalidade na cerimônia religiosa e na recepção aos convidados. Apenas o trajeto que os noivos fariam a pé da Igreja do Rosário ao Palácio Garibaldi foi alterado pela ação dos manifestantes.

Lamentamos as agressões físicas e verbais a alguns convidados, porém é o preço da democracia.

A pré-candidatura de Cida Borghetti ao governo do Paraná foi a motivação dos protestos incentivados e financiados pelos partidos e sindicatos de esquerda.”

Veja a íntegra da nota da Secretaria de Estado da Cultura:

Sobre o pedido de obra provisória no Palácio Garibaldi, em Curitiba, informamos que a Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) da SEEC, em atenção à solicitação feita pela Associação Giuseppe Garibaldi para a construção de estrutura metálica para cobertura no terreno em que se localiza o imóvel tombado pelo Estado do Paraná, averiguou que a obra foi iniciada antes de ter sido feito o pedido de autorização, fato que, por si só, independentemente de eventuais danos, configura infração ao art. 15, da Lei Estadual nº 1.211, de 16 de setembro de 1953, que estabelece que:

“Sem prévia autorização da Divisão do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Paraná, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se, neste caso, multa de cinquenta por cento (50%) do valor do mesmo objeto.”

Todavia, considerando que o tombamento data de 29 de janeiro de 1988 e que não há registro de que essa Associação tenha cometido outra infração, podendo esta ser considerada primária; que a remoção da estrutura está prevista para acontecer imediatamente após a realização do evento; que a obra é considerada regular pelo Corpo de Bombeiros do Paraná; e que na visita realizada nos dias 10 e 11 de julho, e, após perfunctória análise do projeto que nos foi apresentado apenas hoje, verificamos que cautelas estão sendo tomadas.

A Coordenação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da Cultura deu parecer favorável à construção.

A presente anuência não elide a aplicação da multa, cujo valor será arbitrado após a remoção da construção, considerados eventuais danos ao Palácio, e que deverá ser recolhida ao Fundo Estadual de Cultura.

Veja a íntegra da nota da Polícia Militar:

A Polícia Militar do Paraná (PMPR) informa que em face das manifestações agressivas, a PM foi chamada e avaliando a situação foi determinada a concentração maior de policiais militares para a segurança dos manifestantes e a garantia dos direitos constitucionais da liberdade de ir e vir e de crença e religião. A postura dos manifestantes justificou a presença policial.

Efetivamente um Militar Estadual foi ferido no rosto em face de objetos que foram arremessados pelos manifestantes. O homem foi encaminhado ao cartório do 12º Batalhão da PM para lavratura de Termo Circunstanciado e liberado depois. Nestes casos ele deve comparecer na audiência, em data marcada, para explicar o fato à justiça.

de VEJA


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