Política

Postado dia 07/02/2018 às 02:42:04

Jornada de trabalho de 28 horas semanais é aprovada na Alemanha

Acordo com setor metalúrgico e de engenharia representa um marco nos já generosos direitos trabalhistas alemães

Um dos maiores sindicatos da Alemanha conseguiu fechar um acordo com o setor industrial no sudoeste do país para reduzir a jornada de trabalho dos funcionários do setor para 28 horas semanais.

IG Metall, que representa a indústria metalúrgica e de engenharia no país, negociava novas condições para os trabalhadores desde outubro de 2017. Nesta segunda-feira, anunciou um acordo com a Südwestmetall, a confederação de empregadores do setor no estado alemão de Baaden-Württenberg.

A resolução determina que trabalhadores com filhos pequenos ou que prestam cuidados a familiares doentes ou idosos podem reduzir suas horas de trabalho semanais para 28 horas por até dois anos. Atualmente, a carga semanal é de 35 horas.

O desejo inicial do sindicato era que a redução na jornada de trabalho não afetasse a remuneração dos trabalhadores. O órgão representante das empresas do setor, contudo, não aceitou a proposta, e os funcionários que optarem por diminuir suas horas de trabalho terão seus salários afetados.

Em contrapartida, os trabalhadores que desejarem agora poderão trabalhar até 40 horas semanais e receberão mais por isso.

Além disso, o acordo também determina aumentos salariais de 4,3% a partir de abril — a demanda inicial do sindicato era por um aumento de 6%. Em contrapartida, os trabalhadores receberão um bônus fixo de 100 euros pelo primeiro trimestre de 2018 e, a partir de 2019, dois bônus: um fixado em 400 euros e outro equivalente a 27,5% do salário mensal do trabalhador. Em vez de parte dos bônus, o trabalhador também poderá escolher ter oito dias extras de folga, com dois deles remunerados pelo empregador.

A resolução afeta cerca de 1 milhão de trabalhadores e foi alcançada na segunda-feira à noite, após 13 horas de discussões durante a sexta rodada de negociações entre o sindicato e a entidade patronal em Stuttgart, a capital estadual. Essa região da Alemanha abriga grandes fábricas de gigantes industriais como a Daimler AG (Mercedes-Benz) e a Bosch.

As concessões feitas pela Südwestmetall tendem a ser emuladas pelas entidades patronais análogas nos demais estados alemães. Por sua vez, as decisões do setor metalúrgico alemão historicamente influenciam outros setores do país em efeito cascata, o que significa que os acordos do sindicato IG Metall devem representar um novo marco para a indústria alemã e ser aplicados por outros setores em breve.

de VEJA

 


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