Política

Postado dia 18/08/2018 às 12:46:12

Com novas regras, custo de campanhas ao governo do PR cai à metade

Quatro candidatos com maior intenção de voto até o momento devem gastar juntos R$ 36 mi; em 2014, custo dos quatro primeiros passou de R$ 68,5 milhões

De acordo com a prestação de contas apresentadas à Justiça Eleitoral, os quatro principais candidatos ao governado do Paraná gastaram juntos R$ 68.565.873 na campanha de 2014. Passados quatro anos, os atuais candidatos terão que encarar uma outra realidade imposta por reformas políticas que mexeram na legislação eleitoral. A Lei nº 13.488, de outubro de 2017, fixou em R$ 9,1 milhões por candidato o teto de gastos para o cargo de governador no Estado neste primeiro turno. 

Os quatros primeiros colocados, segundo recentes pesquisas de intenção de voto, não devem chegar aos R$ 36 milhões de gastos. São eles: Ratinho Junior (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB) e Dr. Rosinha (PT). Mas, mesmo que cheguem a esse patamar, o valor terá sido metade do que investido há quatro anos. 

Em 2014, a campanha do ex-governador Beto Richa (PSDB) informou gastos de R$ 29,67 milhões para conquistar a reeleição. A coligação do tucano investiu R$ 11 milhões em atividades de militância e mobilização de rua, por exemplo. Já a senadora Gleisi Hoffman (PT), que ficou em terceiro lugar, demonstrou gastos de R$ 26,95 milhões na corrida ao Palácio Iguaçu há quatro anos. A petista priorizou investimentos em publicidade em diversos meios (R$ 6,9 mi). 

A campanha está mais curta também nas eleições de 2018. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão, por exemplo, foi reduzida de 45 para 35 dias (começa no dia 31 de agosto e termina em 4 de outubro). As coligações calculam que serão 15 programas destinados aos candidatos ao governo neste período. 

O limite fixado às campanhas para deputado federal ficou em R$ 2,5 milhões. Para os cargos de deputado estadual ou distrital, o teto ficou fixado em R$ 1 milhão. No caso das campanhas para governadores e senadores, o limite de gastos varia de acordo com o eleitorado de cada unidade da Federação. 

Há regras também para contratação direta ou terceirizada de pessoal para a prestação de serviços referentes a atividades de militância e mobilização de rua nas campanhas eleitorais. No Paraná, para os cargos de governador ficou limitada em 3.218 pessoas por candidato em 2018. 



Ratinho Jr. 
A campanha do candidato Ratinho Jr. também estima gastar o teto de R$ 9,1 milhões com a utilização do fundo especial de financiamento de campanha. O coordenador de comunicação, Hudson José, acredita que uma vantagem é que Ratinho Jr. ter lançado seu nome muito antes do período eleitoral. "Fizemos 30 encontros conversando com lideranças para montagem do plano de governo." O jornalista também acredita no voluntariado na campanha do deputado. "Os custos foram diminuindo e teremos poucos cabos eleitorais." Outra aposta da coligação será no investimento em produção de conteúdo para as redes sociais. "Você não tem grande tempo, grandes eventos. Procuramos um modelo que aproxima o candidato da população. Ratinho tem essa facilidade". O assessor também adiantou que foi um planejamento de campanha para atender os prazos e limites estabelecidos pelo TSE. "Os desembolsos atenderão a essa programação e às demandas como produção de conteúdo para os programas eleitorais no horário gratuito, materiais gráficos e materiais de rede social, além de despesas de equipe e deslocamentos." 

Cida Borghetti 
Em nota, a campanha da governadora e candidata Cida Borghetti informou que segue a orientação do TRE e trabalhará dentro do limite de até R$ 9,1 milhões, como prevê a legislação eleitoral. "As fontes de financiamento serão do fundo eleitoral, doações de pessoas físicas e recursos próprios. Os recursos são para atender as necessidades dos serviços contratados para todo o período eleitoral, como a manutenção de diretórios, materiais de campanha, programa de TV, pessoal e transporte. A coordenação de campanha reafirma seu compromisso com a transparência." 

João Arruda 
Um dos últimos a definir pela candidatura após a desistência de Osmar Dias (PDT), João Arruda é um dos que mais precisam correr contra o relógio. O coordenador financeiro, Luiz Fernando Delazari, disse que o partido indicou o limite de gastos previsto pela legislação, mas informou que ainda é cedo para adiantar qual valor será arrecadado e repassado pelo fundo partidário. "O MDB tem essa capilaridade, presença em todos os municípios com prefeitos e vereadores, vamos usar nossos filiados para trabalhar pela campanha de Arruda". Delazari informou que o partido ainda está se estruturando para poder montar a apresentação dos programas de rádio e TV. "Nosso candidato é muito preparado, estamos visitando as cidades e investindo nos debates." 

Dr. Rosinha 
O coordenador de comunicação da campanha do PT no Estado, Mario Messagi, trabalha com a perspectiva de uma campanha bem mais enxuta para a nova disputa, sem atingir o limite de R$ 9 milhões. "Vamos trabalhar com profissionais paranaenses. Nem cogitamos trabalhar com agência de marketing fora, o que diminui custo de hospedagem e alimentação". O PT nacional ainda não definiu o valor a ser repassado ao Paraná. Mesmo assim, Messagi acredita que a militância e o legado de Lula ajudam a campanha de Dr. Rosinha. "Historicamente, temos essa ajuda da militância e não há previsão de recursos para cabos eleitorais. Teremos comícios, mas serão poucos porque geram alto custo." 

Segundo Messagi, o partido irá utilizar o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, que são consideradas a grande novidade nesta campanha. "Aposto que teremos o menor orçamento entre os quatro candidatos. Mas por mais que as redes estejam crescendo não dá para subestimar os meios tradicionais como rádio e a televisão."
 
por Guilherme Marconi, da Folha de Londrina


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