Norte do Paraná

Postado dia 28/12/2020 às 04:34:08

O sufocante peso dos pedágios; contratos vencem em novembro

O reajuste de fim de ano nos pedágios das rodovias do Paraná surge como mais um duro golpe ao bolso do contribuinte e como mais um obstáculo ao setor produtivo. Os valores incondizentes com as obras realizadas, ou que pelo menos deveriam ter sido concluídas em 20anos de concessão, ganham ares de ficção.

Não parece crível que uma pessoa que faz o trajeto de 50 quilômetros entre Londrina e Assaí, por exemplo, tenha que desembolsar a quantia de R$ 52,80, considerando ida e volta, sendo que quase um terço desta viagem é percorrida em rodovia de em rodovia de pista simples. É o mesmo drama para os moradores de outros municípios do Norte Pioneiro que precisam recorrer a serviços em Londrina.

A ligação entre Jataizinho e Ibiporã pela BR-369 é uma das únicas que ligam Londrina ao Norte Pioneiro, região que concentra muitos municípios com baixo desenvolvimento econômico. A imposição de uma tarifa de R$ 26,40 não deixa de ser, neste caso, um fator excludente, que favorece o isolamento daqueles que não possuem recursos suficientes para percorrer o trecho concessionado.

O custo do pedágio também se reflete no preço dos produtos transportados pelas rodovias do Estado. Os caminhoneiros reclamam que os altos valores do pedágio são incompatíveis com os baixos valores do frete. Representantes de várias alas do setor produtivo defendem anecessidade do pedágio, mas com tarifas mais justas.

O ano que começa na próxima semana será decisivo para uma mudança neste panorama. Em novembro chega ao fim a vigência dos contratos de concessão atuais. A elaboração do novo modelo de pedágio vem sendo acompanhada por diversos setores.

O Paraná terá o maior pacote de concessões de rodovias do Brasil. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o projeto inédito em termos de investimentos será uma concessão modelo para o restante do país. Serão cerca de 3,8 mil quilômetros de estradas pedagiadas, 1,3 mil quilômetros a mais do que hoje. Deste novo traçado, 2,4 mil quilômetros passarão por obras de duplicação.

Para que erros não se repitam e que a sociedade não fique, novamente, refém de cláusulas absurdas, é necessário que os paranaenses acompanhem de perto o que está sendo decidido. Fiscalizar a transparência destes contratos e informar a população para que possam cobrar soluções que contribuam com o desenvolvimento do Estado é um dos compromissos. 

da Folha de Londrina 

 

 


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