De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), a safra de 2020 foi de 943 mil sacas de 60 quilos, cerca de 1% maior que o ano anterior, que foi 10% a 15% inferior ao potencial de produção. A produtividade sofreu diretamente com a falta de chuvas, que também já havia prejudicado a cultura em 2019.
Cerca de 70% do café plantado no Paraná é colhido manualmente e em apenas 30% a colheita é mecanizada. Em 2020, 38 mil hectares foram dedicados à cultura no Estado.
Para fomentar a cultura cafeeira na região norte paranaense, empresários do setor resolveram formar uma associação para explorar o café como uma alternativa de turismo. Depois de ter sido implantada como um projeto do Sebrae e ter sido premiado em 2011, a Rota do Café virou negócio. Trata-se de uma experiência única, passando por todo ciclo, do pé à xícara.
“A rota é um roteiro turístico que resgata toda a história do café no Paraná. Londrina foi a capital mundial do café. Hoje temos um museu que conta esta história, além de outras atrações com esta temática. O que queremos é propiciar às pessoas uma experiência única, desde a extração até a degustação da bebida”, explica.
Sete municípios participam da rota: Rolândia, Londrina, Santa Mariana, São Jerônimo da Serra, Sapopema, Ribeirão Claro e Carlópolis. Através do site da associação, os interessados podem escolher os roteiros. Mas, com a pandemia os roteiros ficaram suspensos temporariamente. A expectativa é retomar as atividades em 2021.
Torrefação
Em Londrina, a gaúcha Cristina Rodrigues Maulaz resolveu materializar o sonho de trabalhar com a bebida que sempre gostou. Para isso, resolveu abrir uma cafeteria com um conceito diferente: oferecer ao público o melhor café feito nas redondezas. “O Armazém nasceu em 2004, logo que surgiu esta onda do café. Fomos nos especializando, fazendo cursos de barista, de classificação, degustação. Recebemos aqui cafés de pelo menos 10 pequenos e médios produtores do Paraná, além de outros quatro de Minas e do Espírito santo”, explica.
Os cafés que chegam ao armazém são torrados, moídos e ganham o nome do produtor da bebida. “Temos o Café da Cornélia, do Henrique, da Dona Angélica, do Francisco. O que queremos é aproximar estes produtores da população”, explica.
Cristina afirma que o parque cafeeiro paranaense não produz em quantidade, mas em excelente qualidade. “Cada região confere uma característica própria para o café e a gente enaltece isso na hora que torra. Temos compromisso na torrefação de ressaltar todos estes atributos para que o consumidor possa sentir isso na bebida”, explica.