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Postado dia 23/03/2021 às 13:33:19
Quando a religião atrapalha o enfrentamento à Covid-19
Pesquisa aponta que 46% dos evangélicos não temem ser infectados pelo coronavírus (entre católicos, o percentual é de 32%). A ideia de que "Deus é por nós" embasa essa postura.
Problema maior é quando tal crença contraria a ciência, ou seja, o cidadão deixa de recorrer à medicação, apoiando-se tão somente no "socorro que vem do alto".
O líder religioso Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus, já anunciou em vídeo a venda, por mil reais, de semente de "feijão milagroso para o combate à Covid-19.
No ano passado, o pastor Romildo Ribeiro Soares, mais conhecido como R. R. Soares, também anunciou aos fiéis, durante o programa “SOS da Fé”, uma água “consagrada” por ele em ritual para curar o novo coronavírus. O religioso ainda tratou das propriedades “milagrosas” de uma oração feita por ele somada à ingestão do copo de água consagrada, enquanto pede doações aos fiéis.
Da mesma forma que tais pastores, com seus "tratamentos alternativos", também o comportamento negacionista do presidente Jair Bolsonaro acaba atrapalhando o enfrentamento ao coronavírus.
Tem por influenciar multidões o comportamento do presidente que não usa máscaras, incentiva aglomerações, fala mal de vacinas, defende a utilização de medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente.
Há ainda os que não temiam ser infectados pelo coronavírus, porque carregavam consigo a ideia de que "Deus é por nós", mas também não estão mais "entre nós". Caso do pastor Landon Spradlin, que chamou epidemia de 'histeria' e morreu após pregar em carnaval em Nova Orleans, nos Estados Unidos - e de tantos outros.
Também negacionista da pandemia, o presidente da Tanzânia John Magufuli, morreu na semana passada. Ele chegou a dizer que Deus e inalação protegeriam a população. Sua política negacionista consistia em zombar de testes de coronavírus, denunciar as vacinas como parte de uma conspiração ocidental para tirar a riqueza da África e se opor ao uso de máscaras e ao distanciamento social.