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Postado dia 08/09/2021 às 20:58:01

Porque o Brasil não vai virar Cuba ou Venezuela

Ainda que o presidente Jair Bolsonaro tenha tentado, não conseguirá. Ainda que Lula seja eleito em outubro de 2022, não terá êxito. Não há espaço institucional para o Brasil se transformar em espécie de Cuba ou Venezuela.

Quando Bolsonaro nomeia milhares de militares no governo e mobiliza a opinião pública contra imprensa e STF (Supremo Tribunal Federal), aproxima-se então do falecido venezuelano Hugo Chaves. Com a população manipulada e contrária ao Poder Judiciário e órgãos de imprensa, fica mais fácil fechar e controlar tais instituições, como ocorreu no país de Nicolás Maduro.

Erroneamente, associa-se Hugo Chaves, do Partido Socialista, à esquerda brasileira, PT, sob o manto de governo "socialista", "o pior de todos os males". No entanto, Partido Socialista do ex-ministro Leonel Jospin, da França, difere-se completamente daquela agremiação política da América do Sul.

Amparado em visão distorcida de nacionalismo e sentimento de xenofobia em relação aos Estados Unidos, Hugo Chaves havia tomado empresa estrangeiras, colocando-as sob gestão de militares. Resultado: acabou com a economia. Já no Brasil, depois de seguidas derrotas, o petista Lula teve que acenar ao mercado, sinalizando que respeitaria os contratos e a livre iniciativa. Por isso, chamara para vice-presidente o senador de Minas Gerais, o empresário José Alencar.

Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro prometia uma política externa sem viés ideológico, afastando-se de nações mais alinhadas à esquerda no espectro político. No entanto, o que se espera da política externa é que, de forma pragmática, possa impactar no PIB (Produto Interno Bruto), com mais negócios de empresas brasileiras no exterior. Porém, o Brasil tem se visto em manchetes nacionais mais por intromissão em eleição dos Estados Unidos e picuinhas com China e França, entre outros.

Bolsonaro ataca o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com argumento de que grupo reduzido de pessoas tem controlado o resultado do pleito. Talvez o presidente brasileiro tenha se inspirado em seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, que, ao trocar membros do CNE (Conselho Nacional de Eleições), acaba por fazer o que entende.

Mandatário golpista ataca o TSE, considerando que pessoa única não pode decretar "prisões políticas" ilegais. O governante da vez só se esquece que tais medidas de constrição de liberdade resultam de pedidos da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República, cujo titular, Augusto Aras, foi recentemente conduzido ao cargo por Bolsonaro. Vale lembrar que a Polícia Federal é a mesma que investigava diversos esquemas de corrupção do governo Lula: Mensalão, Lava Lato, entre outros.

Além disso, para tratar de suposta "prisão política" indevida, deve-se atentar à verdade dos autos, com respectivas provas, caso a caso. A prosperar aquele entendimento presidencial, tornar-se-ia mais fácil liberar das garras da lei envolvidos com corrupção, como Bolsonaro e filhos, e correligionários políticos, principalmente se passarem a controlar o Poder Judiciário.

Diferença ainda que impede a "cubanização" e "venezuelanização" por aqui é que, no Brasil, as instituições apresentar maior solidez, assim como o maior grau de análise critica por parte da população.


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