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Postado dia 26/10/2021 às 19:22:48
Citado em relatório, Barros apresenta notícia-crime contra Renan Calheiros
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, apresentou hoje uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), alegando abuso de autoridade e denunciação caluniosa.
O documento foi encaminhado ao presidente do Supremo, Luiz Fux. Na notícia-crime, Barros contesta o fato de ter sido citado no relatório final da CPI da Covid, que será votado hoje. A ação deve ser analisada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após encaminhamento do STF.
"Ele (Renan Calheiros) simplesmente esquece o resultado da investigação dele e quer me indiciar. É abuso de autoridade", disse Ricardo Barros ao UOL News, programa do Canal UOL.
O relatório final propôs o indiciamento de Barros em quatro crimes: incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa. O deputado já disse que processará quem votar a favor do texto.
Mais cedo, no Twitter, ao anunciar a apresentação da notícia-crime, Barros disse que o relatório final da CPI "não possui materialidade" e "está baseado em narrativas que foram desmontadas".
Todos os depoentes ouvidos negaram a minha participação na negociação das vacinas. Foram quebrados sigilos meus e das minhas empresas e nada foi encontrado. A denúncia é abuso de autoridade.
Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara
Estou processando o relator da CPI da Pandemia senador Renan Calheiros por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. A investigação comprovou que não participei do caso Covaxim e ele insiste na denúncia. Pedi ao PGR , Aras as providências. Segue link https://t.co/roiCe6nq4K pic.twitter.com/2SlgmTbckZ
Barros foi citado pelo deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) como o nome apontado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como envolvido em um "rolo" — caso suspeito de corrupção — na compra da vacina indiana da Covaxin, um dos alvos das investigações da CPI.
O acordo para aquisição de 20 milhões de doses do imunizante foi assinado em fevereiro ao custo de R$ 1,6 bilhão, mas nenhuma dose chegou a ser entregue. Após indícios de irregularidade, o contrato foi suspenso. Em depoimento, Barros negou envolvimento com o caso.
Na notícia-crime, o líder do governo na Câmara disse que a CPI agiu com parcialidade e reclamou da demora que ocorreu para ser ouvido pelos senadores da comissão.
"Ficou indisfarçável a tentativa proposital da CPI de ignorar a realidade trazida a partir dos elementos de prova levantadas, preferindo agarrar-se à narrativa que criaram", disse a defesa de Barros no documento.
O argumento foi reforçado mais tarde no UOL News. "O Renan sabe que não estou no caso Covaxin. Ele ouviu a todos, se convenceu disso e não teve coragem de pôr no relatório", disse.