Centro do Rio está tomado por sem-teto, mas não há fome

Quem caminha por trecho da avenida Presidente Vargas, no centro da cidade do Rio de Janeiro, logo se recorda de Guayaquil, no Equador, também com seus grandes prédios de marquises cobrindo toda a calçada.

Diferença vem do fato que, na Cidade Maravilhosa, a região central tem servido de abrigo para centenas de moradores de rua.

Ainda no final do ano passado, o prefeito carioca Eduardo Paes (PSD) havia afirmado que a população de rua é “o maior problema” da cidade. Ele também havia defendido a possibilidade de a prefeitura voltar a adotar a internação involuntária de usuários de drogas.

Vans da Fundação de Assistência Social (FAS) recolhem diariamente pessoas em situação de vulnerabilidade social, e as encaminham para a Central de Recepção de Adultos e Famílias (CRAF) Tom Jobim, localizado na Ilha do Governador, na zona norte do Rio.

Pessoal permanece em tal unidade de atendimento até que equipe da prefeitura faça análise de caso, para encaminhamento a tratamento contra consumo de álcool e outras drogas, ou mesmo a algum albergue - o chamado hotel social.

Hospedagem gratuita é assegurada pelo prazo máximo de seis meses, com oferta de café da manhã e jantar.

Usuários reclamam que, com o corte pela prefeitura do almoço até então servido nos hotéis sociais, eles passaram a ter que "manguear" (pedir) em algum lugar.

Há inúmeros lugares para se comer de graça no centro do Rio de Janeiro, como nas proximidades do Detran, Central do Brasil, Igreja da Candelária, Lapa, entre outros.

Em algumas localidades, deve-se chegar cedo para garantir sua ficha ou mesmo ficar na fila para ganhar sua 'quentinha" que só alcançará metade da turma.

Em várias partes da cidade, principalmente aos domingos, sempre tem "carreata" que, para morador de rua, pessoa em situação de rua e mesmo famílias carentes, significa veiculos parando e oferecendo marmita de comida em diferentes logradouros públicos.

Também aos domingos, veículos de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus buscam moradores de rua em diferentes pontos da cidade e os levam para culto, na rua Riachuelo, na Lapa. Por lá, os visitantes contam com lanche, corte de cabelo, almoço e ainda ganham roupa. Semelhante abordagem têm feito diversas organizações religiosas e entidades.

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