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Norte do Paraná
Postado dia 26/06/2025 às 13:03:46
Modelo japonês de integração empresarial inspira reflexão sobre a competitividade no Brasil

Enquanto o Brasil ainda caminha para fortalecer a competitividade e a diversidade de suas empresas, principalmente em setores estratégicos, o Japão segue um caminho já consolidado: a lógica dos keiretsu. O exemplo da Honda, integrante desse sistema, revela como uma estrutura empresarial colaborativa pode impulsionar não apenas inovação, mas também estabilidade econômica.
No keiretsu, empresas de diferentes setores se associam por meio de laços acionários, relações de confiança de longo prazo e objetivos comuns. Assim, não é incomum que uma montadora como a Honda invista em áreas como a exploração espacial, com teste de seu foguete reutilizável, que, inclusive, dá ré como os da SpaceX, de Elon Musk.
Ao mesmo tempo, a Toyota se junta à Honda no espaço e ambas trabalham em conjunto com a agência espacial japonesa em uma nova sonda lunar.
Com isso, além de diversificar seus negócios e fomentar fornecedores de componentes tecnológicos avançados, a empresa - que comecou no segmento de motocicletas, depois automóveis, e hoje, com equipamentos de jardinagem, motores de barco e aviões da linha HondaJet, concorrentes do jato executivo compacto Embraer Phenom -, ainda recebe incentivos governamentais como reconhecimento por contribuir com o desenvolvimento de capacidades estratégicas nacionais.
Esse modelo contrasta com o ambiente corporativo brasileiro, onde predomina uma lógica mais isolada e imediatista, muitas vezes limitada pela burocracia, fragmentação produtiva e baixa articulação entre Estado, empresas e centros de pesquisa. A ausência de políticas industriais de longo prazo e de mecanismos que incentivem a cooperação entre empresas limita o surgimento de cadeias produtivas robustas e inovadoras.
Para o Brasil avançar, especialistas apontam a necessidade de criar ecossistemas empresariais mais coesos. Políticas públicas que estimulem parcerias estratégicas entre grandes empresas, fornecedores, universidades e órgãos governamentais podem fomentar a inovação e a diversificação econômica. Além disso, apostar em setores estratégicos — como energia limpa, biotecnologia e defesa — com visão de longo prazo e apoio coordenado pode replicar, com as devidas adaptações, o espírito coletivo dos keiretsu.
Em um mundo cada vez mais competitivo e tecnológico, o exemplo japonês mostra que a cooperação pode ser uma alavanca tão poderosa quanto a concorrência. Para o Brasil, o desafio é pensar menos em soluções isoladas e mais em alianças produtivas com impacto duradouro.