Política

Postado dia 11/03/2012

PT e PSDB vão polarizar disputas nas maiores cidades

Beto Richa, do PSDB, governador
Dilma, do PT, presidente

de O Diário

 

A figura do governador Beto Richa (PSDB) de um lado e da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula (ambos do PT) do outro colocará tucanos e petistas em posição de destaque nas eleições deste ano.

Com candidato próprio ou no palanque de aliados, políticos das duas legendas prometem replicar no Paraná a rivalidade história do âmbito federal. Nas últimas cinco eleições gerais, PT e PSDB foram os protagonistas da disputa presidencial. 

Em referência ao famoso jogo de tabuleiro WAR (guerra, em inglês), a pretensão de ambos é ganhar novos territórios para conquistar o Estado. Atualmente, o PT governa 35 das 399 prefeituras do Paraná e reúne 283 vereadores. O PSDB tem 38 prefeitos e 452 vereadores. Ambos querem mais.

O foco da disputa serão as grandes cidades e, nesse contexto, a "guerra" promete ser maior nos cinco municípios onde pode haver segundo turno: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. "Temos pré-candidatos fortes, com reais chances de chegar ao segundo turno em todas essas cidades", afirma o deputado estadual Enio Verri. 

Presidente da executiva estadual do PT, Verri admite ser o PSDB o maior adversário no momento. Ambos, diz o deputado, vão se apresentar no pleito com grupos políticos fortes. "Direta ou indiretamente, PT e PSDB disputarão todas as prefeituras das principais cidades do Estado", comenta Verri. 


Armas

O PSDB utilizará o prestígio do governador – e o poder atribuído a Beto Richa – para criar um centro gravitacional em torno dos pré-candidatos tucanos. É o que o partido tenta fazer em Londrina. "Trabalhamos com a possibilidade de ter o Hauly [Luiz Carlos Hauly, secretário de Estado da Fazenda] como pré-candidato e esperamos que ele aceite o desafio", comenta o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni. 

À frente do diretório estadual do PSDB, Rossoni esclarece que a candidatura própria não é regra no partido, que em Curitiba já definiu apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB). "Como o PSDB é o partido do governador, não podemos trabalhar somente com a ideia de candidatos próprios. Temos de compor com nossos aliados no governo", diz o tucano.

O PT aposta no carisma de Lula e na alta popularidade do governo Dilma, que comemora mais de 80% de aprovação. "A aprovação do governo Dilma é um dos maiores da história, fora todo o amor do povo brasileiro para com o presidente Lula", comenta Enio."O Lula vai estar nas maiores cidades do Paraná, isso eu posso garantir", acrescenta. 

Com o apoio irrestrito de Dilma e Lula, o PT trabalha para ter candidato próprio em Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. Na capital, porém, lideranças petistas cogitam apoiar a candidatura do PDT. "Não há nada definido, mas existe a tendência de apoio ao Fruet", adianta Enio, referindo-se ao ex-deputado federal Gustavo Fruet, que no ano passado rompeu com o PSDB. 


Maringá

Na difícil tarefa de acomodar todos os aliados num mesmo grupo, o PSDB tem no terceiro maior colégio eleitoral do Paraná o principal desafio. "A situação em Maringá é das mais complicadas, no bom sentido", diz Rossoni, "porque temos os aliados Batista (PMN), Quinteiro (PSB), Pupin (PP) e o Evandro, que é do PSDB".

Se a candidatura de todos os quatro se confirmar, afirma Rossoni, o governador permanecerá neutro no primeiro turno. "Onde o Beto tiver mais de um aliado, defendemos que ele se manifeste apenas no segundo turno", esclarece o presidente do partido. Em tese, aquele do quarteto que avançar para o segundo turno terá também apoio dos demais. 

Pelo lado do PT, o maior desafio é trazer aliados de peso para compor chapa com Enio. Recentemente, o PMDB - cogitado a indicar o vice do petista -aproximou-se do PSB do secretário de Estado de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro.

 

CONTEXTO

 

Neste sábado, no entanto, a executiva estadual do partido divulgou a decisão de intervir no diretório municipal e lançar candidatura própria. O nome mais cotado é o do presidente da Câmara, Mário Hossokawa.

Outro possível aliado do PT, o PSC não descarta a possibilidade de lançar o deputado federal Edmar Arruda.

Diante deste cenário, o "jogo" pela tomada do poder nas principais cidades do Estado, garantem tucanos e petistas, está apenas no começo.


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