Veja Também -
- Município de Andirá tem caso suspeito de Hantavirose
- Prefeito terá de devolver valor de pensão ilegal paga a filha de servidor
- Ministério Público abre seleção para estagiário de pós-graduação
- Prefeitura abandona obra de R$ 584 mil que atenderia 360 crianças
- Instituto Alpha aguarda autorização para oferta de curso superior
- Veja + Andirá
Andirá
Postado dia 12/03/2012
População recusa instalação de Centro Penal Semi-Aberto
A população de Andirá recebeu com surpresa, para não dizer susto, a notícia divulgada pelo Deputado Hermas Brandão Jr, o Herminhas (PSDB), que o governo pretende transformar em prisão semi-aberta o prédio construído em 2010 para abrigar a delegacia de Policia Civil andiraense, que até hoje encontra-se ocioso por erros de projeto.
Semana passada, em entrevista a uma rádio local, o prefeito José Ronaldo Xavier (PTB) foi enfático ao afirmar que é totalmente contra a implantação da unidade no município e que sequer foi consultado sobre o assunto.
Na tarde de quinta-feira (08), em audiência pública realizada no Cine Teatro São Carlos, representantes da SEJU - Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - tentaram convencer a população representada por autoridades civis e militares, empresários e outros seguimentos, que a instalação do sistema só traria vantagens, já que o município passaria a contar com mão de obra-barata de mais de 60 presos que cumprem o restante de suas penas em regime semi-aberto, além do comercio local ser aquecido pela equipe funcional da prisão, que mudaria com seus familiares para Andirá.
Questionado sobre quem arcaria com o ônus da alimentação dos presos e sobre a segurança da comunidade, o representante da SEJU, Flavio Buckmann, explicou que as refeições (almoço e jantar) ficariam por conta dos contratantes dos serviços dos apenados e que os presos beneficiados com o regime semi-aberto, que terminariam suas penas em Andirá são da própria comarca e de comarcas vizinhas, encarcerados no sistema prisional de Londrina e Piraquara.
“São homens disciplinados, de boa conduta e serão monitorados pela PEL - Penitenciária Estadual de Londrina. Qualquer delito que cometerem acarretará retorno imediato às suas bases”, assegurou. Os argumentos não convenceram e a implantação do Centro Penal no município foi rechaçada por todos que participaram do encontro, cerca de 200 pessoas.
A unânime decisão levou os representantes do governo a cancelar a ocupação do prédio prevista para o próximo dia 19, quando os primeiros 30 prisioneiros seriam removidos para o local.
A proposta andiraense é que o governo faça as readequações necessárias no prédio mal planejado e transfira para o local todo o atendimento que é realizado nas precárias instalações da atual delegacia. Inclusive o setor carcerário, já que, como lembrou o Secretário Municipal de Administração Edsom Roberto Stefanuto foi com esse objetivo que a prefeitura cedeu o terreno ao Estado.
O deputado Herminhas acompanhou atentamente o debate e respondeu perguntas da platéia. Ao final, junto com os representantes da Secretaria de Justiça e Cidadania, se comprometeu em levar as reivindicações ao governador Beto Richa, ressaltado que essa é a sua maneira de fazer política.
A manifestação foi promovida pelo empresário José Roberto dos Santos (TIM) que participou do debate deixando claro sua posição contraria a implantação do Centro Penal em Andirá.
O chefe de Gabinete João Cláudio Machado e o Secretário Administrativo Edson Roberto Stefanuto representaram o prefeito Xavier, que em razão de compromissos na capital não compareceu ao encontro. O presidente da Câmara, André Anderson Rossato foi representado pelo vereador Saulo Rodrigo dos Santos.