Policia

Postado dia 27/05/2015 às 15:47:48

Mais de 10 mil aposentados foram vítimas de algum golpe em 2014

Só no ano passado, mais de 10 mil aposentados brasileiros apresentaram queixa na polícia por terem sido vítimas de algum golpe. As pessoas de mais idade são alvos frequentes de estelionatários. O golpe que o Jornal Nacional mostra nesta reportagem é uma prova de que todo cuidado é pouco.

Dois homens conversam num balcão de uma pastelaria. Parece uma cena comum, mas é um golpe: um homem viu a vítima sair de um banco, momentos antes. São 15 minutos de conversa. O golpista põe algo no copo do aposentado ainda vazio e serve a vítima. Ele repete duas vezes, colocando a substância na garrafa de refrigerante e vai completando o copo do idoso.

Uma hora depois que os dois deixaram a pastelaria, o aposentado foi encontrado em um terminal de ônibus na região central de Mogi das Cruzes. “Você não tem reação. Não tem reação nenhuma. Você some do ar e acabou”, diz o aposentado.

O aposentado, segundo testemunhas, não conseguia falar, apenas gesticulava. Ele foi levado para a Santa Casa da cidade e lá, enquanto os médicos tratavam o caso como uma suspeita de acidente vascular cerebral, um AVC, o estelionatário usava o cartão bancário do aposentado na capital.

Em duas horas, o bandido fez dois saques na Zona Leste de São Paulo. Depois, comprou eletrônicos no Centro e ainda fez duas transferências para uma mesma conta. O prejuízo de quase R$ 7,5 mil só foi descoberto no dia seguinte, quando o aposentado voltou para casa.

“Eu perguntei pra minha mulher: ‘dadê meus documentos?’. Ela falou: ‘o documento está aí’. Eu falei: ‘mas cadê meus cartões?’. Ela falou: ‘o cartão levaram’, conta ele.

Para a polícia, o golpista pegou o cartão do idoso quando ele começou a se sentir mal. Confuso, o aposentado também revelou a senha do cartão. “Já oficiamos ao banco para saber o beneficiário, quem é a pessoa favorecida com as transferências bancárias que foram realizadas”, aponta o delegado do caso, Argentino Coqueiro da Silva.

Nenhum exame toxicológico foi feito no aposentado. Para o psiquiatra Leonardo Maranhão, uma combinação de remédios pode afetar a consciência da vítima, mas não apaga a memória de fatos recentes. “Essas drogas que alteram a consciência, na verdade acessam o conteúdo imediato que está ali presente. É muito provável que você acabe dizendo ‘a senha ou o cartão está aqui’, já que você fez este tipo de operação mental antes de ali estar”, explica o especialista.

do Jornal Nacional


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