Assaí

Postado dia 11/06/2016 às 14:50:59

Vendedor se desentende com prefeito e é fiscalizado pela Polícia Militar

Teria sido mera coincidência ou simplesmente “coisa mandada”?

O fato é que, após ter se desentendido com o prefeito Luiz Alberto Vicente (PSDB), o vendedor ambulante Ailton Avanil da Silva, o Irmão, passou por abordagem policial na avenida Rio de Janeiro, enquanto trabalhava na praça central de Assaí.

Ailton comenta que, ao chegar à praça, para vender seus CDs, ele havia se deparado com a viatura da Polícia Militar seguindo pela avenida. A abordagem policial aconteceu na sequência quando ele já tinha colocado seus produtos em exposição naquele local.

Segundo populares, o vendedor ambulante teve que recolher todos seus CDs, diante da ameaça de serem recolhidos. No entanto, ao colocar seus CDs na mochila, Ailton acabou fazendo um apelo público, dizendo que queria apenas trabalhar e tinha família para cuidar.

Ele relata que, após toda confusão, e depois que “falou muita coisa”, a dupla de policiais afirmou que se tratava apenas de trabalho de orientação, e não de apreensão de suas mercadorias.

Depois da abordagem ao vendedor de CDs, a PM foi conversar com o jovem que comercializava hortifrutigranjeiros na banca improvisada no calçadão, em frente à Igreja da Matriz.

Perguntado pelo site Revelia se a atribuição da Polícia Militar era cobrar alvará de vendedores de rua, um dos soldados comentou que se tratava de trabalho de orientação, em função de reclamação de comerciantes sobre ambulantes irregulares na cidade.

Procedimento padrão

Oficialmente ainda não se sabe de quem teria partido a determinação para que a Polícia Militar abordasse vendedores ambulantes no centro de Assaí, na manhã deste sábado (11).

Considerando a competência para cobrança de alvará para comércio de rua, o mínimo que se esperava é que tal fiscalização partisse do setor de fiscalização da prefeitura local. Sendo assim, por que não havia fiscais do município desempenhando tal tarefa, contando tão somente com o reforço da Polícia Militar?

Teria então a abordagem policial se destinado à venda de CDs piratas na cidade? Sendo esse o objetivo, haveria necessidade de orientação ou mesmo apreensão de mercadorias em todos os estabelecimentos que comercializam tais produtos. Da operação, poderia participar também a Polícia Civil, por se tratar, em tese, de crime de violação do direito autoral.

Desavenças políticas

Na avaliação do vendedor Ailton Avanil da Silva, a abordagem policial se deve a seu desentendimento com o prefeito Luiz Alberto Vicente.

Segundo Irmão Ailton, antes de chegar à praça para trabalhar, ele seguia pela avenida Rio de Janeiro, nas proximidades do Banco do Brasil, quando passou pelo prefeito Luiz, pelos vereadores Amarildo Aparecido Corrêa (PSDB) e Waldenei Cebolinha Simões (PR), e ainda por amigos e correligionários do chefe do Poder Executivo local.

Nesse momento, Ailton comenta que o prefeito passou a atacá-lo verbalmente, devido a um desentendimento anterior que terminou no Fórum da Comarca, dizendo que o vendedor vinha falando mal daquele gestor público. Entre as ameaças sofridas, Ailton também relata que Luiz Alberto disse que não mais o deixaria vender seus CDs na praça pública.

Daí o entendimento de que a abordagem policial tenha sido motivada por aquilo ocorrido minutos antes entre os envolvidos. Outra possível origem do conflito se deve ao fato de que, em 6 de junho de 2016, Ailton se desfiliou do PSB, ligado ao grupo do prefeito Luiz Alberto Vicente (PSDB), e tem sido visto ao lado do empresário Juan da Veipa (PSC), pré-candidato a prefeito em outubro próximo.


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