Política

Postado dia 07/03/2024 às 12:05:28

Bolsonaro descarta lançar Michelle à Presidência e usa popularidade da mulher para pressionar aliados no Paraná

Ex-presidente vem afirmando que candidatura na vaga que surgirá caso Moro seja cassado pode ser caminho se não houver consenso na direita

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a aliados que descarta lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para a Presidência em 2026. Bolsonaro, no entanto, tem usado a popularidade da mulher para pressionar integrantes do seu grupo político que disputam a vaga que pode ser deixada pelo senador Sergio Moro (União-PR), caso tenha o mandato cassado pela Justiça Eleitoral. 

O ex-presidente foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda pretende recorrer da decisão.

Bolsonaro diz a aliados que, caso não se chegue ao consenso de um único nome de direita para concorrer com o seu apoio, Michelle pode ser lançada, como forma de anular todos os outros na disputa. 

A possibilidade de concorrer ao Senado pelo Paraná, contudo, ainda é considerada remota, e o plano concreto de Bolsonaro prevê que Michelle dispute a vaga pelo Distrito Federal apenas em 2026 — o que inviabilizaria a disputa pela Presidência. 

No páreo pela possível sucessão de Moro, estão nomes como Ricardo Barros (PP), ex-líder de Bolsonaro na Câmara, e o jornalista Paulo Martins (PL), que contou com o apoio do ex-presidente ao Senado nas últimas eleições, mas perdeu. Os dois já declararam que buscam o aval do antigo ocupante do Palácio do Planalto para concorrer em uma possível eleição suplementar.

Em outra raia, o deputado Sergio Souza (MDB) já se lançou como "candidato do agro", enquanto até mesmo o nome da mulher de Moro, a deputada Rosângela Moro (União-PR), é citado para substituir o marido no Senado.

A possibilidade de Michelle ser lançada como candidata ao Senado pelo Paraná é debatida dentro do PL desde dezembro do ano passado, quando a ex-primeira-dama foi recebida com gritos de "senadora" no estado. No evento, ela se colocou claramente como candidata. Em sua fala, atacou outra possível postulante, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

— Creio que Deus está me chamando para algo novo no Brasil, e eu estou aqui — disse. 

A plateia reagiu chamando-a de senadora. 

— Senadora de onde? Daqui? Deus vai dar sabedoria para vocês escolherem o melhor para o estado do Paraná. Uma pessoa que seja realmente elegante. Que possa ter elegância para trabalhar e para lutar por este estado tão maravilhoso — completou 

Julgamento marcado 

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, marcou para o dia 1º de abril o início do julgamento que pode levar à cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Bengtsson reservou três sessões para a discussão do caso — além de 1º de abril, as sessões de 3 e 8 de abril também foram designadas para a análise das ações, movidas pelo PT de Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro. O agendamento para abril contrariou adversários de Moro, que pretendiam dar um desfecho rápido para o caso.

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