Das mentiras de Assaí para o prêmio Prefeitura Empreendedora, do Sebrae

Para vencer o prêmio nacional "Prefeitura Empreendedora" 2024, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas), o município de Assaí, no Norte do Paraná, relatou uma série de inverdades.

Conforme documento de 17 páginas, das inúmeras mentiras contadas, há informação de que o município teria investido, no projeto Assaí Tech, R$ 1 milhão, e a Filantropia da Bloomberg, outros R$ 2 milhões, totalizando R$ 3 milhões, em valores econômicos e financeiros. 

Ocorre que, até o momento, não há cidade alguma do Paraná oficialmente listada entre as certificadas pelo programa What Works Cities, da Bloomberg Philanthropies. No Brasil, são Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Mogi das Cruzes (SP), Belo Horizonte (MG), Caruaru (PE) e Fortaleza (CE).

Na disputa pelo prêmio nacional do Sebrae, na categoria "Empreendedorismo na Escola", equipe do município, capitaneada pelo prefeito Tuti Bomtempo (PSD) e pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Igor Lima de Oliveira, havia relatado o seguinte, sobre benefícios advindos com a implantação do Assaí Tech:

"Os Alunos no último ano do Ensino Médio foram incluídos como bolsistas do Assaí Tech, replicando o conhecimento adquirido para alunos do fundamental e anos anteriores do Ensino Médio. A bolsa é paga no momento da formatura do aluno, servindo como uma poupança para ajudá-lo o ciclo de graduação. 

Os Alunos do ensino básico ganharam disciplinas extracurriculares de empreendedorismo, programação, robótica e design, conectando-os com os mecanismos de inovação, com o pensamento computacional e com a governança colaborativa e transformacional do Vale do Sol. 

Os Professores ganharam com o letramento digital e com o acesso às novas ferramentas de metodologias orientadas a problemas. 

Os prêmios de inovação também foram associados como remuneração variável estimulando os professores no uso das atividades extracurriculares nos processos pedagógicos. 

Os alunos do Passaporte Estudantil (programa de subsídio estudantil para graduação e pós-graduação de Assaí) elevou o bem-estar das famílias".

Quanto à estimativa de público atendido por aquela iniciativa, a prefeitura havia citado: 200 alunos no último ano do Ensino Médio; 1.500 alunos com disciplinas em empreendedorismo, programação, robótica e design; 450 alunos com ensino bilíngue; 506 professores da Rede de Educação Básica, e 106 alunos de Graduação no Programa Municipal Passaporte Estudantil.

Naquele projeto, a administração municipal tinha como uma de suas metas, "garantir, pelo menos, 02 domicílios particulares com adesão ao processo de pré-incubação descentralizada, por ano, disponibilizando um cômodo como laboratório para alunos atuarem na cocriação de soluções inovadoras."

Algumas propostas apresentadas ao prêmio "Prefeitura Empreendedora" também guardam semelhança com informações divulgadas por ocasião do reconhecimento de Assaí como uma das sete comunidades mais inteligentes do mundo, pela organização IFC (Intelligent Community Forum), sediada em Nova Iorque (EUA).

Pontos em comum se refere à suposta com 93 empresas multinacionais, Programa Passaporte Estudantil (beneficiando, aqui, 850 universitários com bolsas de estudos gratuitas; e 102, no "Prefeitura Empreendedora", em 2024), utilização de residências urbanas e rurais como polos de inovação, abrigando incubadoras industriaias, e beneficiadas por incentivos fiscais do município de Assaí (duas por ano, conforme dados encaminhados ao Sebrae).

Para a entidade IFC, o município de Assaí havia informado investimentos de mais de US$ 1 milhão (R$ 5,49 milhões), no período de um ano, a partir de parceria entre governo, empresas e universidades. Porém, concorrendo então ao prêmio na categoria "Empreendedorismo na escola", havia mencionado a injeção de R$ 1 milhão da prefeitura, e outros R$ 2 milhões advindos da Bloomberg Philanthropies.

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