As redes sociais estão morrendo e a internet está uma caca

O termo "merdificação" circula há algum tempo no hemisfério norte como "enshittification", em inglês. Foi cunhado pelo canadense Cory Doctorow, autor de um livro detalhando como a internet está uma caca só.

Se as redes sociais tiveram origem no desejo de Mark Zuckerberg de dar nota para os atrativos físicos das estudantes de Harvard pelo aplicativo Facemas, precursor do Facebook, a adesão em massa às redes sociais, na sua infância, era motivada pelo impulso humano de manter ou fazer novas conexões pessoais. Atualmente, o nefasto Mark Zuckerberg confirmou em abril passado que apenas 17% dos usuários acessam conteúdo postado por seus contatos no Facebook - o número cai para 11% no Instagram.

Não é novidade que as redes são cada vez mais antissociais na agressividade permitida pelos monopólios. A tensão política em vários países e a invasão de conteúdos de inteligência artificial agravaram o desconforto com o scroll infinito.

Hoje, as redes sociais não passam de midia de massa, só que de má qualidade. Foi-se o tempo em que uma plataforma como o Twitter funcionava como agência de notícias em tempo real. A migração para o Bluesky foi um sitoma da insatisfação com a cloaca algorítima de Elon Musk, que assumiu o controle daquela plataforma em 2022, mudando o nome para "X".

Aplicativos apelidados de "mídia aconchegante" (cosy media) estimulam a formação de pequenos grupos de contatos e servem também como filtro para indicar conteúdos de interesse específigo online, como games ou análise política.

A hostilidade que aumenta o engajamento também tornou usuários mais receosos de postar opiniões que possam atrair ameaças. O crescimento de aplicatios de conversa como Signal e Whatsapp deve ser um sinal do cansaço do público com a falta de privacidade e de controle que marca a experiência das redes sociais.

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