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Postado dia 01/12/2025 às 13:30:08

Prefeito de Londres gostou do Guaraná; será o mesmo vendido ao povo?

Ao tomar uma Fanta laranja no ano passado em Lagos, em Portugal, me surpreendi com a cor e sabor. Para mim, um refrigerante mil vezes melhor que o encontrado no Brasil.

A mesma coisa posso dizer de embutidos - — como linguiças e salsichas - que já experimentei em algumas cidades da Alemanha. Qualidade de tais produtos estão a mil ano-luz do que o povão por aqui tem acesso no mercadinho da esquina mais próxima.

Agora, depois de muitas críticas por dizer que o guaraná era "horrível", quando esteve em novembro, no Rio de Janeiro, para a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40, evento preparatório da COP30, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirma ter aprovado o sabor daquele refrigerante após tomá-lo “do jeito certo” desta vez. Ele teria recebido novas latas da bebida enviadas pela primeira-dama Janja.

Mas será que a bebida experimentada pelo prefeito realmente se trata daquela vendida ao cidadão comum? Teria sido tal lote de refrigerante produzido para "inglês ver", ou seja, "made in Brazil", mas de qualidade infinitamente superior, para atender exigências do mercado externo?

Vale lembrar não é raro produtos destinados ao mercado internacional seguirem padrões mais rígidos de qualidade, embalagens diferenciadas e até fórmulas ajustadas ao paladar estrangeiro. No entanto, a dúvida permanece: estaria o brasileiro recebendo uma versão “popular”, enquanto autoridades e consumidores de fora degustam uma versão premium?

A polêmica reacende um debate antigo sobre a discrepância entre o que se produz para exportação e o que se oferece no mercado interno. Para muitos, trata-se de um retrato fiel da desigualdade: o cidadão comum continua limitado a produtos de qualidade inferior, enquanto o melhor da indústria nacional é reservado para impressionar o exterior.

No fim, a aprovação do prefeito de Londres pode até servir de propaganda positiva para o guaraná brasileiro. Mas, para o consumidor daqui, fica a pergunta incômoda: será que o sabor elogiado lá fora é o mesmo que chega às prateleiras do bairro?


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