Curiúva

Postado dia 28/03/2012

Programa Escola Ativa reduz evasão escolar na zona rural

O programa federal Escola Ativa , do Ministério da Educação, visa a valorização das escolas do campo e a consequente melhora no desempenho escolar dos alunos, bem como a contenção do crescente fenômeno do êxodo rural. O município de Curiúva aderiu ao programa há pouco mais de um ano e desde então realiza periodicamente capacitação aos professores que atuam em escolas do gênero, geralmente formadas por classes multisseriadas.  

A partir da implantação, as escolas do município tem tido menores índices de evasão escolar. A Escola Rural Municipal Boa Vista, localizada no bairro de mesmo nome, tornou-se a escola-modelo em aplicação do programa no município.

Segundo a coordenadora e professora multiplicadora, Anair dos Santos Bueno, através de atividades pedagógicas que incentivam o manuseio da terra, reciclagem e proximidade entre comunidade e escola, é possível reconstruir o cenário social de um bairro ou de uma comunidade.

Incentivados pelo programa, os alunos criaram e mantêm uma horta para consumo próprio. A expectativa é de que em breve, a produção será capaz de suprir as necessidades da escola. De acordo com a Secretária Municipal de Educação, Nilcéa Edite Ajuz Weigert, todas as escolas da rede municipal deverão ter uma horta, especialmente as rurais. “Anteriormente o cultivo da terra era disciplina obrigatória nas escolas curiuvenses”, afirma.

Anair explica que a horta foi criada em parceria com o Departamento Municipal de Educação, Prefeitura Municipal, professores, alunos, pais e amigos da escola, gerando inclusive, trabalho comunitário. O contribuinte Jaudir Cruz de Oliveira está inserido no Programa de Prestação de Serviços à Comunidade e é um dos principais colaboradores.

A mãe e amiga da escola, Dimalene Aparecida Roginski da Silva, diz que se sente feliz por fazer parte de um projeto que valoriza o ambiente rural e as crianças que nele vivem. Dimalene auxilia a merendeira, Maria Cícera Pereira, na manutenção da horta durante os fins de semana e feriados.

A professora relata a notável melhora no comportamento de crianças rebeldes desde a implantação do projeto. Segundo Anair, o aluno Adriano dos Santos Silva, de 11 anos, era extremamente indisciplinado, no entanto passou a ser um dos mais envolvidos nas atividades da horta. “O que mais gosto na escola é de Matemática. Gosto de fazer continhas e trabalhar na horta”, descreve o menino.

As crianças plantam, acompanham o crescimento e fazem a manutenção dos pés de hortaliças. Cada uma adota e se responsabiliza pela que plantou. De acordo com o professor Heliton Révis Pereira Da Silva, as atividades da horta contribuem com os conteúdos das disciplinas desenvolvidas em sala de aula. “É uma atividade complementar que incumbe responsabilidade às crianças”.

Além da horta, o programa incentiva a produção de artesanato rural. Através do reaproveitamento de materiais recicláveis, as crianças elaboram uma série de novos objetos. Segundo a coordenadora, após o total domínio das técnicas, estuda-se a organização de uma feira de artesanato local para que os trabalhos sejam expostos. O bairro Boa Vista é tradicionalmente habitado por artesãs. 

O programa, ainda em fase de adaptação, já revoluciona o cenário educacional do bairro. “O antigo pensamento de que para se ter educação de qualidade é necessário estudar em escolas urbanas deve ser definitivamente extinto, bem com, o sentimento de exclusão para com as escolas, professores e alunos do perímetro rural”, destaca a professora.


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