É preciso fazer, sim, uma faxina dentro de nós

Para muitas pessoas, levar um fora, ser passado para trás, levar um chifre e terminar um relacionamento acaba fazendo tremendo bem.

Não que se desejava ansiosamente por aquele cenário, no entanto, após a chegada da tragédia, há que se tirar algo de bom. Nesse sentido, uma decepção amorosa tem feito bem para muitas mulheres.

Na condição de “abandonada-sem-ninguém”, há aquelas que descobrem o caminho da academia, redefinem seu guarda-roupa, fazem as pazes com seu cabeleireiro e passam a visitar sua manicure com maior freqüência.

Eles querem se aparentar bem, dizendo para o outro ou até à outra que “a vida continua”, e “eu estou melhor do que nunca”.

Porém, aquelas lições aprendidas por ocasiões de um relacionamento terminado podem ser também úteis para quem pensa na premissa do “até que a morte nos separe”. É preciso investimento a cada dia para que se mantenha acessa a chama da paixão e do interesse em um relacionamento afetivo-emocional duradouro.

Temos que olhar para o guarda-roupa de nós mesmos, fazendo urgentemente uma faxina em nosso interior.

Observa-se que há roupas (aqui traduzidas por manias, discursos, pensamentos, valores) que para nada servem, devendo ser urgentemente descartadas para não ficar ocupando precioso espaço à toa.

Há ainda várias peças que, apesar de belas, originais, simples e atuais, estão esquecidas por nós, sem que se dê o exato valor.

Reportando tal situação para os relacionamentos humanos, aqui destacamos a importância de gestos e palavras até por demais simples, como “com licença”, “muito grato”, “faça-me um favor” – sem as quais a vida a dois vai se desgastando e se perde todo o sentido.

Depois de algum tempo, quando não há mais a intensa paixão, atração e tesão dos primeiros dias, sobra mesmo a capacidade de convivência, o desejo de ficarem juntos e os projetos em comum. Não se pode perder a afeição, o carinho, estima e o respeito, por considerar o outro por demais importante, querido e amado.

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