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Postado dia 27/02/2011

Porque médicos e políticos devem ganhar muito bem

Cursar Medicina e se tornar profissional liberal daquela área custa muito caro, tanto em faculdade pública quanto em particular.

Imagine então um médico já em atividade profissional que, com seus parcos ganhos, não tem condições de fazer com que seu filho siga a mesma carreira... Por isso tais trabalhadores devem ganhar muito bem.

O mesmo raciocínio vale para os profissionais do Direito, da Engenharia, do Magistério e de tantas outras áreas, incluindo aqui também os políticos.

Certamente aí virão alguns críticos dizendo “olha, políticos ganham muito e não fazem coisa alguma” ou algo como “os membros do Ministério Público e do Judiciário ganham uma fortuna, enquanto os trabalhadores de um modo geral recebem apenas salário mínimo”.

Bem verdade, o problema não é quem tem vencimentos na faixa de R$ 10 mil, R$ 20 mil ou R$ 30 mil. Principal equívoco da nação se refere ao fato de os trabalhadores ganharem apenas salário mínimo, de aproximadamente R$ 500,00.

E o que dizer dos super salários pagos a apresentadores de TV e jogadores de futebol? Bem, nesse aspecto não há necessidade de o Estado fazer sua intervenção, devendo mesmo ficar sob responsabilidade da iniciativa privada e do próprio mercado. A intervenção estatal deve se voltar apenas aos vencimentos do funcionalismo público federal, estadual e municipal, garantindo assim um piso salarial mínimo e decente para todo o país no que se refere à massa de trabalhadores.

Segundo pesquisa do Dieese (Departamento de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), para atendimento de suas necessidades básicas, a família padrão – o casal e dois filhos – deveria receber em torno de R$ 2.194,76 mensais.  Daí que não adianta o PT de Lula e de Dilma aumentar o salário mínimo para R$ 545,00. O que o trabalhador precisa mesmo é de poder de compra, de um dinheiro no final do mês que lhe garanta viver com dignidade.

Pela Constituição Federal, a dignidade da pessoa humana foi de longa data alçada, na prática, à condição de cláusula pétrea, algo que não se pode mudar de jeito algum. Por falar em dignidade da pessoa humana, pode-se defender então a legitimidade de médicos e políticos de ganharem R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil ou R$ 20 mil.

O problema do país não é político ganhando muito bem, e sim os desmandos praticados por muitos deles, beneficiados pela impunidade, devido à morosidade da Justiça.

Então proponho uma Emenda à Constituição Federal nos seguintes termos: “a Lei será válida para todos, independentemente de cor, raça, credo, idade, sexo, status social ou atividade profissional exercida, não havendo então prisão especial nem foro privilegiado para agentes públicos, os quais, em caso de cometimento de atos de improbidade administrativa, especialmente malversação do dinheiro público, serão cível e criminalmente responsabilizados no prazo máximo de três meses, devendo ressarcir integralmente o erário pelos prejuízos causados”.

Defende-se então que o câncer da sociedade não decorre dos altos salários do mais graduado funcionalismo público, incluindo aqui membros do Judiciário e da política. Se tais segmentos da sociedade brasileira ganharem bem, não havendo atos de corrupção e desvio de dinheiro, certamente viveríamos em uma nação completamente diferente da atual.

Médicos, delegados, promotores, juízes, ministros e políticos podem, sim, ter altos vencimentos, de forma a contarem com uma vida digna. A equação a ser mudada se refere ao salário de fome recebido pela massa de trabalhadores. Equação essa comprometida em função do câncer da sociedade que há nome corrupção ou malversação do dinheiro público, conhecido também por atos de improbidade administrativa.


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