Com 80 indústrias, Sabáudia vai precisar de mais 10 mil habitantes

Almir Batista, ex-prefeito

Durante o período de seus dois mandatos (2005/08 e 2009/12), o prefeito Almir Batista conduziu política de geração de emprego, atraindo 80 indústrias no município de Sabáudia, no norte do Paraná.

Com a instalação de algumas e em outras em processo de implantação, o prefeito acredita que aquele município precisará de pelo menos mais 10 mil habitantes para dar conta de absorver a demanda por mão de obra.

Em entrevista o prefeito comenta sobre a transformação por qual passa aquele município também nas áreas de educação, infraestrutura e moradia:

Revelia: Nos últimos o município de Sabáudia teve expressivo aumento no número de empregos criados, a que o senhor atribui isso?

Almir Batista: Em primeiro lugar nós estamos em uma região geograficamente privilegiada, no eixo Londrina/ Maringá,  ao lado de Arapongas, o mais pólo moveleiro do sul do Brasil. Faltava em Sabáudia uma política  de industrialização, de geração de emprego,  para segurar o povo ali na cidade. Geograficamente, a rodovia que corta o município é sensacional. Só faltava uma política de apoio, de incentivo para atrair as indústrias para que fossem para o município.

Revelia: Em que se baseou sua política de geração de emprego para que as indústrias realmente se instalassem em seu município?

Almir Batista: Eu sou criado em Sabáudia, faz 51 anos que eu moro lá. Então eu via tudo isso: o lugar bom que Sabáudia é, os recursos naturais que Sabáudia tem,  e o povo trabalhador. Convivia com os empresários  de Arapongas, onde eu tinha um escritório, na área de previdência social e via que existia um nexo  entre as empresas e o meu município, porque tem uma rodovia sensacional  que hoje é o eixo do Mercosul que liga São Paulo a Argentina. Hoje você desce até Londrina vai até Arapongas sai por Sabáudia, sai em Maringá. Então   corta a cidade  e as empresas interessam muito  por uma rodovia onde ela possa ser o espelho, e todo mundo possa passar e ver.

Revelia: Além de estar próximo do pólo moveleiro de Arapongas e no corredor do Mercosul, o que pesou mais ainda em favor de Sabáudia?

Almir Batista: Eu via que existia esse nexo entre a rodovia, a região geográfica de Sabáudia e os empresário. Eu sabia então que ali dava certo para as empresas, até porque a vizinhança nossa com o pólo moveleiro de Arapongas é muito próximo, e Arapongas saturou na questão de terreno. Ficou muito caro. Hoje você paga um milhão em um alqueire, e eu dei o terreno de graça em Sabáudia. Então todo mundo descambou para Sabáudia. Nós  assinamos 70 contratos de indústrias, mais umas 10 que vieram por conta. São 80 empresas que ainda estão instalando, com umas 40 trabalhando, gerando milhares de emprego.

Revelia: O que já se pode constatar dessa geração de emprego e qual sua implicação para o futuro de Sabáudia:

Almir Batista: Hoje resolveu o problema de Sabáudia de emprego, e nós vamos precisar fazer a cidade crescer mais de dois tanto do que ela é para ter mão de obra para essas empresas. Precisamos num curto espaço de tempo fazer Sabáudia receber umas 10 mil pessoas onde possa gerar 3 mil a 4 mil mão de obra  para abastecer a demanda das empresas que estão instalando lá.

Revelia: Nesse período de seus dois mandatos como prefeito, qual o percentual de crescimento populacional de Sabáudia?

Almir Batista: A cidade em si, em termos populacionais, o crescimento não foi tão grande; deve ser de 30% por enquanto. Ela está começando agora a casa popular, o loteamento. São quase 20 loteamentos em volta da cidade. A quantidade de casa popular que se está implantando, eu fiz uma parte é deixei começando é mais ou menos a quantidade que a cidade tinha. Então daqui para a frente é que vai ter um crescimento populacional. Hoje metade dos empregos que estão nas indústrias é gente que está vindo de fora, de outras cidades para trabalhar em Sabáudia.

Revelia: Além da geração de empregos, quais outros projetos que deram certo durante seu governo?

Almir Batista: A gente sempre teve uma preocupação de pensar um crescimento holístico, que não é só a indústria. A indústria vem e traz uma série de outras coisas. Se ela traz gente, precisa melhorar a saúde, a educação, a habitação que é essencial . Então tudo isso de destacou, mas, quanto à Educação, nós não tínhamos uma escola municipal dentro da cidade. Eu fiz 4 escolas. A gente se preocupou com a Educação já lá no futuro. Vamos ter vagas nas escolas para chegar lá em Sabáudia mais 3 mil a 4 mil. Houve uma ampliação muito grande na área da Saúde, e em todas as áreas. A estrutura da cidade. Não deixamos nenhuma rua sem asfalto. Todas as ruas da cidade foram asfaltadas. São quase 20 loteamentos privados em volta da cidade com completa infraestrutura. A pessoa muda para lá compra um terreno, arruma emprego, já financia uma casa na Caixa Econômica, e ele passa a ter uma nova estrutura de vida. E tem as casas populares. Nós  entregamos 215 casas prontas. Deixamos um projeto de  280 apartamentos que está em andamento. Deixamos um convênio assinado para 630 casas, com a Caixa e a Cohapar, que estão fazendo a classificação das famílias para começar a construção.

Revelia: De que forma sua formação em Teologia moldou sua visão para a administração pública?

Almir Batista: Eu sempre foi criado em um berço cristão. Sempre entendi que a vida se dá muito bem àqueles que se apegam com Deus. Quem se apega com Deus sempre se deu muito bem. Minha família foi assim, minha vida foi assim. Eu queria que todas as famílias se apegassem também. Procurei no estudo da Teologia, na formação teológica, criar essa relação, entender a relação ser humano/Deus, Deus/ser humano. Coloquei então Deus no comando da gestão. A minha vida é uma vida de oração, de busca, de leitura da Bíblia. Todos os carros da cidade receberam um versículo que é "Tudo posso naquele que me fortalece". A cidade recebeu várias placas com esse versículo. Construí uma prefeitura nova e construí uma Bíblia de concreto, um monumento à Bíblia na entrada da prefeitura. Dentro da prefeitura tem um versículo muito bonito, escrito em letra dourada, "Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam". E eu fazia reunião, 2 a 3 por mês, com toda a minha equipe de direção moldando ela a se apegar com Deus. Não tem religião, placa de igreja. Não interessa isso. Interessa Deus e a união da comunidade. Isso deu certo. O resultado de Sabáudia não dá para questionar essa questão que Deus está no comando.

Revelia: Qual seu sentimento de poder dar sua contribuição para esse momento histórico e de transformação pelo qual passa seu município?

Almir Batista: Hoje minha maior satisfação, minha maior alegria, é que pego as minhas fotografias e vou mostrar isso em um vídeo que apresento em palestras. Quem assistiu minha palestra vai ver isso. Os lugares que eu andava com prancheta na mão no meio do mato hoje é uma industria gerando 100, 200, 300 emprego naquele mesmo local. Um prefeito que tem uma gestão transitória, passageira, passa muito rápido, ele desafiar uma beira de rodovia, cheia de mato, dizer que ali vai ser um parque industrial e gerar  empregos para milhares de pessoas, eu acho que ele tem que ser muito doido ou ter muita fé em Deus. Fé que Deus vai agir porque a burocracia do governo, da administração publica engole os projetos da gente. Mas deu certo e quando você vê o resultado você fica de boca aberta, porque é fantástico.

Revelia: Após ter cumprido de forma exitosa dois mandatos como prefeito, o senhor ainda pensa em continuar na vida pública, concorrendo a eleições?

Almir Batista: Eu tive uma experiência muito grande porque fui presidente da Amepar, a associação dos municípios que é em Londrina, toda aquela região ali, e com a Amuvi, do vale do Ivaí. Sou ligado com todos os prefeitos da região. A imprensa me ajudou muito a fazer o nome ali por causa do destaque da cidade, mostrando para os prefeitos,  para todo mundo que dá para fazer. Precisa ter coragem para fazer. Precisa fazer e o povo espera isso.  E eu tenho um nome muito conhecido na região. Pretendo ser candidato a deputado estadual no ano que vem por convite do PTB, do partido que eu sou, do deputado Alex Canziani. Eles querem que eu seja candidato a deputado estadual. Pretendo lançar meu nome para ver o Deus quer da minha vida. Se ele quiser que eu suba mais, eu estou lá para trabalhar. Se não, eu devo voltar a ser candidato a prefeito em uma das cidades vizinhas, porque hoje o meu domicílio eleitoral foi transferido para Arapongas, mas eu continuo morando em Sabáudia. Eu não sei onde vou ser candidato, mas tenho uma aceitação muito grande ali na região. Tenho muitos convites.

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