Política

Postado dia 06/01/2015 às 05:55:08

Prefeitura de Engenheiro Beltrão abastece sucatas, aponta TCE-PR

Ônibus sem motor e ambulância batida são abastecidos mensalmente.
Prefeito diz erro no sistema passou informações erradas ao Tribunal.

Do G1 PR, com informações da RPCTV Maringá

 Prefeitura de Engenheiro Beltrão abastece sucatas, aponta TCE-PR

Documentos entregues ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) indicaram que alguns veículos da Prefeitura de Engenheiro Beltrão, no centro-oeste do estado, estão sendo abastecidos mesmo sem ter a menor condição de uso. Alguns deles não passam de sucatas, estão sem pneus, rodas e alguns sem motor. Há veículos que estão há três anos parados, mas mesmo assim, são abastecidos em um posto de combustíveis da cidade.

No pátio de máquinas da prefeitura, uma coleção de sucatas ocupa boa parte do espaço. Mas, de acordo com relatórios enviados pelo Executivo ao TCE-PR, parte da frota continua sendo abastecida.  Como um dos exemplos, um ônibus articulado foi encontrado sem a menor condição de uso. O motor está aberto e, por mais que estivesse com o tanque cheio, não haveria espaço nem mesmo para o motorista. Além disso, o veículo está sem pneus e sem rodas. O ônibus foi abastecido ao longo de 2013.  Conforme planilha enviada ao Tribunal, o ônibus teria gasto R$ 512 com etanol no dia 4 de abril de 2014. Em maio, o abastecimento custou R$ 461, 56 e em junho mais R$ 412,50.

A investigação começou a ser feita pelo vereador Luiz Tavares Rosa (PSB) que pediu ao TCE-PR uma cópia dos relatórios enviados pela prefeitura. “Veículo parado, sucateado, mas o Tribunal de Contas informou que esses veículos estão gerando gastos. Agora, a prefeitura terá que me informar os motivos para isso estar acontecendo”, argumenta o vereador.

Segundo o relatório, vários outros veículos estariam na mesma condição. É o caso, por exemplo, de uma ambulância que está parada há três anos. Um boletim de ocorrência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que o veículo se envolveu em um acidente no dia 17 de novembro de 2011. Ainda assim, o município declarou ao Tribunal, que em 2013 a ambulância gastou R$ 2.291 com combustível entre  fevereiro e agosto do mesmo ano. Na lista também aparece um veículo que teria sido abastecido com óleo diesel, cuja despesa com combustível girava em torno de R$ 1.000 por mês.

O proprietário dos posto onde os veículos são abastecidos diz que o controle de entrega de combustíveis é rigoroso. “O controle é feito certinho. Nós só abastecemos com requisição, é colocado a quilometragem, para fazer a média. Agora, quando e como essas requisições chegam na prefeitura, eu não sei o que eles fazem”, afirma Luiz Paro, sócio do posto.

Sem saber que estava sendo gravado, um funcionário que trabalha no pátio de máquinas confirma que a frota sucateada não sai do local há muito tempo. “Tudo [veículos] está parado há mais ou menos dois ou três anos. Esses veículos não aguentam mais rodar”, diz.

O prefeito de Engenheiro Beltrão, Elias de Lima (PSD), estaria em Brasília. Mas, por telefone, o prefeito alegou que o problema foi uma falha cometida pela empresa contratada para gerenciar o sistema de informações da prefeitura. “É só um fato, um erro formal, na alimentação dos dados. Em vez de ele importar a frota ativa, ele importou toda a frota, todo o patrimônio de veículos da prefeitura. Se você achar uma nota de abastecimento de sucata, eu....Eu renuncio ao meu mandato”, alega Lima.

O gerente da empresa responsável pelo controle da frota de Engenheiro Beltrão confirmou o erro no cadastro dos veículos, mas o problema já estaria sendo corrigido. O TCE-PR informou que a prefeitura não encaminha informações sobre a frota desde outubro de 2013, e nem a quilometragem rodada pelos veículos desde o ano passado.


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