Do castelo japonês ao centro gastronômico, o desafio do turismo de Assaí

Construção iniciada em 2008, finalizada em novembro de 2017 e de inauguração datada de 1º de maio de 2018, o Memorial da Imigração Japonesa (Castelo Japonês) pretendia fomentar o desenvolvimento econômico e principalmente o turismo no município de Assaí, norte do Paraná.

Com quatro pavimentos, incluindo espaço multiuso, salão de festas, museu da imigração e a sede da Secretaria de Cultura e Turismo, previa-se também que o local abrigasse restaurante temático, o que acabou não acontecendo.

Pouco mais de sete anos depois, exatamente em 17 de maio de 2025, a cidade testemunha a inauguração do Assahi Gastronomia Oriental & Eventos, um centro gastronômico “para encantar e acolher os visitantes com o que temos de melhor”.

Pessoas que tiveram contato com tais instalações ficaram maravilhados, deslumbrados, com o que viram. No entanto, principal preocupação acerca de como se tornar autosustentável aquele empreendimento.

Entre 2000 e 2015, a população de Assaí diminuiu 16,5%, passando de 19.177 habitantes para 16.004. Dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que o município contava com 13.797 habitantes, em 2022.

O desafio então é, diante de tal encolhimento populacional, como atrair visitantes para que possam alavancar o turismo local, gerando divisas para empreendimentos já implantados, assim como investimentos em novas estruturas e equipamentos. Pergunta gira em torno do que se tem de interessante a justificar a vinda de mais e mais pessoas em visita a Assaí.

Em junho de 2017, havia sido anunciado que o município de Assaí estava recebendo turistas vindo de Londrina, por meio do Circuito Nipo Brasileiro, da chamada Rota Sonho Lindo – que envolvida 22 cidades do Norte do Paraná. Dentre as atividades do Circuito Nipo Brasileiro, criado em 10 de dezembro de 2016, houve visita à propriedade do agricultor Paulo Kobo, o Sítio Kobo, que produzia arroz motigome, tilápia e camarão gigante de água doce. Apesar de tal iniciativa, não há noticias de que tal circuito tenha prosperado, a julgar por desatualização de página na internet (https://rotasonholindo.com/).

Atualmente seis municípios da região participam da Rota do Café, e outros estão em processo de adesão, com a participação de Londrina, Sapopema, Ibiporã, Rolândia, Mandaguari, Ribeirão Claro, São Jerônimo da Serra e Figueira, entre outros. Não incluindo ainda o município de Assaí, a iniciativa pretende proporcionar uma experiência turística autêntica que conecta história, cultura, gastronomia, sustentabilidade e café, segundo os organizadores. 

Na atração de turistas e visitantes, Assaí poderia também se inspirar no Mirante 12, Monumento Rota Biker, e no Rota Biker Passport. Trata-se de iniciativa envolvendo vários estados brasileiros, com a inclusão de estabelecimentos e equipamentos turísticos que acolhem ciclistas e motociclistas, com um passaporte que lhe permite registrar suas viagens e carimbarem cada parada do circuito.

Além do investimento milionário em festa de 1° de maio e Expoasa (em junho), a administração municipal de Assaí deve elaborar um calendário anual de eventos, em parceria com entidades e iniciativa privadas, e ainda com governos estadual e federal, visando à atração também de recursos financeiros voltados ao esporte e turismo.

Com diversas atividades a cada semana e mês, ao longo do ano, tal calendário poderia prever festivais (de Cinema ao Ar Livre, das Luzes, de Inverno, de Dança e Música, de Flores e Jardinagem, de Gastronomia Regional, de Música Sertaneja e Popular, de Canção Japonesa, de Teatro e Contação de Histórias), Semana Cultural (exposições de arte, teatro, música e literatura, valorizando artistas locais), Encontro de Carros Antigos, Semana do Turismo Rural, além de eventos de caminhada, corrida de rua, feira de artesanato e cultura, campeonato de futebol suíço, olimpíadas estudantis, passeio ciclístico e mountain bike, Semana do Meio Ambiente, corrida de aventura e trekking, entre outros.

Importante e mal explorada estrutura, a chamada Lagoa do Kato necessita também de urgentes investimentos a maior atenção a seu potencial turístico. 

Castelo japonês necessita manter horário de atendimento aos sábados, domingos e feriados, ainda que se mantenha fechado às segundas-feiras, para melhor recepção a turistas e visitantes. Além de já existentes fotos e documentos retratando a imigração desde o primeiro navio, o Kasato Maru, de 1908, tal equipamento ainda requer outros investimentos em réplicas de navios e objetos de viagem, armaduras e espadas de samurais, artefatos históricos, proporcionando ainda uma experiência interativa aos visitantes. 

Fazendo jus à condição de cidade mais amarela do Brasil, e de forma a atrair visitantes aproveitando a temática de seu novo Assahi Gastronomia Oriental & Eventos, o município deve apostar em festivais como Tanabata Matsuri, de Bonsai e Ikebana, de Anime e Cosplay, de Canção Japonesa, de Taikô, de Gastronomia Japonesa, de Artes Marciais, de Cinema Japonês, assim como Semana do Shodô e Origami, Hanami (Festival das Cerejeiras), Exposição de Cultura Samurai.

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