Três pessoas foram presas em São Jerônimo da Serra, no norte do Paraná, durante uma operação realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) nesta quarta-feira (28). Entre os presos estão o vereador Josias Bueno Ribeiro (PPS), a esposa, Michele da Silva Alves, e a sogra dele, Ilma da Silva Alves.
O advogado Fábio Maximiniano de Souza, responsável pela defesa dos três presos, informou que realiza uma análise dos autos e que pretende pedir a liberdade deles ainda nesta quarta-feira.
O promotor Danillo Paz Leme explicou que as prisões preventivas, por tempo indeterminado, foram decretadas depois da família do vereador ameaçar a mãe de uma vítima de estupro.
“Há uma ação penal relacionada ao caso de um estupro a vulnerável que envolve o tio da esposa do vereador. A mãe da vítima nos procurou para relatar que estava sofrendo ameaça do abusador. A Justiça decretou a prisão dele, mas esse homem está foragido. Depois disso, a esposa e o vereador passaram a ameaçá-la e ofereceram dinheiro para que ela retirasse a medida protetiva”, detalhou o promotor.
Conforme o MP-PR, após essa oferta a mulher procurou a promotoria. Leme detalha que a família do vereador ofereceu R$ 3 mil para retirar a denúncia, e que esse dinheiro seria pago por intermédio de um advogado.
“Acompanhamos o dia marcado para a entrega do dinheiro. Filmamos a mulher entrando e saindo do escritório do advogado e gravamos o áudio da conversa. As ameaças continuaram depois desse episódio. Com essas provas, pedimos a prisão dos envolvidos”, pontou Danillo Paz Leme.
Além das prisões, o MP-PR apreendeu documentos na casa do parlamentar e no escritório do advogado envolvido, cheques, uma arma de fogo e munição.
O promotor Danillo Paz Leme informou que os três podem responder pelos crimes de coação do curso do processo e falso testemunho sobre a modalidade de compra de testemunhas.
Investigação do partido
O Partido Popular Socialista (PPS) informou que instaurou um procedimento para verificar se houve violação da ética por parte do vereador Josias Bueno Ribeiro.
O Conselho de Ética do partido declarou também que se as acusações foram confirmadas, o parlamentar poderá ser suspenso, e ao final do procedimento pode ser expulso do PPS, correndo o risco de perder o mandato.
de VEJA