Rafael Greca, de Assaí, vereador de apenas um mandato

O vereador Rafael Gouveia Greca (PSD) já dá sinais de que não sabe conviver com críticas.A julgar pelos primeiros meses de mandato, dá a impressão de que ocupará cadeira na Câmara Municipal de Assaí por apenas uma legislatura (2021/2024).

Mais impressionante: seu atual discurso destoa completamente daquele utilizado durante a campanha eleitoral do ano passado.

Ao questionar suposto posicionamento policialesco do colega edil Alessandro Torquato, o jovem Greca afirmou que "respeito é bom e eu gosto".

Talvez Rafael Greca tenha se esquecido de sua campanha eleitoral, e de ataques feitos a anteriores integrantes da Câmara. Inclusive à véspera da votação, em 15 de novembro de 2020, o então vereador Elcio Alves Piozo dos Santos havia gravado vídeo de desabafo, em frente à Igreja Matriz.

Piozo lembrou que então postulantes a uma vaga no Poder Legislativo municipal "dizem que "somos ladrões, corruptos e vagabundos, mas eles se esquecem que vão ter que provar no Ministério Público". Ele também considerou que os candidatos Alessandro Torquato e Rafael Greca haviam ido ainda longe demais ao comparar os então edis à "pior doença da face da terra, o câncer". 

Durante sessão legislativa da noite de segunda-feira, ao discordar de posicionamento de Alessandro Torquato que queria informações sobre compra de novo veículo pelo prefeito Tuti Bomtempo, Greca argumentou que "não questiono quando uma pessoa pensa diferente, mas eu prezo pela educação".

Ocorre que tal afirmação não condiz com a função de vereador,  que é de fiscalizar a administração pública e os atos do prefeito.

Rafael Greca quer atuar como líder do governo Tuti Bomtempo na Câmara Municipal. No entanto, ele carece ainda de maturidade, jogo de cintura e desenvoltura no desempenho de tal tarefa, a exemplo do vereador por seis mandatos Antônio Menegildo Gavião Manoel, o ex-líder governista por décadas.

Recentemente a Câmara Municipal aprovou lei possibilitando a regulamentação do serviço de táxi no município. Diante da urgência na aprovação do texto, foi prometido que, antes da expedição de posterior decreto sobre o assunto, o prefeito faria reunião com taxistas. Então caso isso não acontecesse, o vereador Alessandro Torquato disse que chamaria o prefeito de "mentiroso".

Para Rafael Greca, ao analisar tal comentário: "fui comedido nas palavras, mas achei aquilo uma falta de educação muito grande".

Como profissional da área de Direito, Greca se esqueceu que vereador e prefeito são pessoas públicas e que suas atuações, em virtude do cargo que ocupam, são passíveis de repulsão, desaceitação e crítica. Logo, não é qualquer comentário que será considerado como "falta de educação muito grande".

Então, se prefeito ou vereador prometer algo - e não cumprir - pode (e deve) ser chamado de "mentiroso", sim.

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